Em São Paulo – Nesse mês de janeiro, o Museu da Imagem e do Som (MIS), de São Paulo, celebra o centenário do diretor italiano Federico Fellini com diversas atividades.

Cena de “A Doce Vida”

Além da exibição do longa 8½ (1963), comédia clássica do cineasta no próximo dia 12, domingo, acompanhada do trio O Campo e a Cidade tocando sua mistura de rock latino e MPB, como parte do Cinematographo, um programa mensal do MIS que conta com projeção de filmes sonorizados por músicos ao vivo, o museu também traz o curso “Fellini: do realismo poético à criação de seu próprio mundo”.

O curso propõe uma exploração do universo lírico, psíquico e fantástico da vida e das principais obras do roteirista e diretor Federico Fellini, desde suas primeiras colaborações e filmes no pós-guerra até a abordagem de seu complexo processo criativo, imbricado de memórias, sonhos e fantasias.

Fortemente influenciado pelo movimento neorrealista no cinema italiano no começo de sua carreira, Fellini colaborou como roteirista para alguns dos principais nomes do movimento, como Roberto Rosselini (Roma cidade aberta, 1945). A partir dos anos 1950, desenvolveu seus próprios métodos distintos de fazer cinema, indo além do estereotipado retrato social ao mostrar a realidade consumista em uma Itália pós-guerra saturada de mídia e voltada para o glamour.

Identificou como os italianos já estavam obcecados com as celebridades, com a ostentação e com si próprios, antecipando a cultura universal do voyeurismo, atualmente tão popular. Influenciou toda uma geração de cineastas, de Scorsese a Almodóvar, passando por Francis Ford Coppola, Stanley Kubrick e Woody Allen.

Observação: É desejável que o aluno já tenha assistido ao menos a um filme de Fellini.

Plano de aulas

Aula 1 | Biografia e principais obras de Federico Fellini. A influência do movimento neorrealista, o desenvolvimento de seus próprios métodos distintos de fazer cinema, a voz autoral. A parceria com Roberto Rosselini, com exibição de trechos dos filmes Roma cidade aberta (Roma città aperta, 1945) e O amor (L’amore)/ O milagre (Il Miracolo (1948). A busca por um estilo mais pessoal, voltado para o onírico, o distanciamento do movimento neorrealista, sua estreia como diretor, com exibição de trechos do filme Mulheres e luzes (Luci del varietà, 1950).

Exibição do filme Abismo de um sonho (Lo sceicco bianco, 1952), a estreia na parceria com Nino Rota, criador das trilhas sonoras.

Aula 2 | O primeiro grande clássico, a subjetividade, a obra universal. Exibição de trechos de A estrada (La strada, 1954), com Giulietta Masini, no papel da icônica Gelsomina, e Anthony Quinn. A estrutura episódica, o reerguimento do pós-guerra, a oposição do sonho e da realidade.

Exibição do filme As noites de Cabíria (Le notti di Cabiria, 1957)

Aula 3 | O sucesso comercial com Os boas vidas (I vitelloni, 1953), a comédia sob encomenda, drama atemporal, com exibição de trechos do filme. A parceria com Marcelo Mastroiani, o perfil da decadência romana (1959), a tumultuada relação com os produtores. O primeiro filme de sucesso mundial.

Exibição do filme A doce vida (La dolce vita, 1960)

Aula 4 | O conteúdo sexual ligado aos valores religiosos. Exibição de trechos do curta A tentação do doutor Antonio, episódio do filme Boccaccio ‘70, com direção coletiva de Mario Monicelli, Luchino Visconti e Vittorio De Sica. O processo criativo, os bloqueios, a abordagem psicanalítica, a exploração autobiográfica, Marcello Mastroianni e o alter ego, arquétipos e o imaginário, as memórias, o sonho, a fantasia.

Exibição do filme 8 ½ (1963)

O curso será ministrado por Silvana Nuti, jornalista, roteirista e diretora.

As aulas acontecem de 22 a 29 de janeiro, segundas, quartas e sextas, das 19h às 22h, 04 encontros. Para maiores de 16 anos. 64 vagas. Valor e mais informações pelo site do MIS-SP. (Carta Campinas com informações de divulgação)