O jornalista Kennedy Alencar, da rádio CBN, informou nesta quarta-feira, 20 de novembro, que Carlos Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro, é investigado por participar do assassinado de Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes

(foto guilherme cunha – alerj)

O comentarista trouxe uma informação de bastidor sobre as investigações da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista. Segundo o jornalista, a Polícia Civil do Rio trabalha com hipótese nova, de envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro neste caso, que está há 616 dias sem solução.

“Segundo essa linha de investigação, o vereador teria uma relação próxima com o Ronnie Lessa, acusado de ter disparado contra Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Carlos e Marielle tiveram uma discussão forte na Câmara Municipal. Havia um clima de hostilidade entre os dois. A polícia trata com cautela essa hipótese, mas ela faz parte da apuração do caso”, informou. A Polícia Civil do Rio já sabe quem são os executores, mas tem dúvidas sobre quem são os financiadores e mandantes dos assassinatos.

Uma das suspeitas da Polícia, conforme revelou a revista Piauí, é que o porteiro do condomínio Vivenda da Barra, do presidente Bolsonaro, tenha mentido no depoimento à polícia para atrapalhar as investigações e até paralisá-la. Ao afirmar, com certeza (mesmo após quase um ano), que ele tinha falado com o “seu Jair” no dia do assassinato, pode ter sido uma estratégia para proteger Carlos Bolsonaro. Como o presidente tem foro privilegiado, as investigações seriam paralisadas no Rio e transferidas para a PGR e STF. Ou seja, o porteiro teria mentido não para incriminar Bolsonaro, mas para livrar o filho.

O jornalista Gleen Greenwald, do The Intercept Brasil, tuitou as informações em inglês, informando parte da imprensa mundial sobre a suspeita sobre o filho do presidente. Ele relembrou no Twitter que Carlos Bolsonaro excluiu todas as suas contas de mídia social recentemente, após a Globo informar que um os assassinos da ex-vereadora visitaram o condomínio onde mora o presidente Jair Bolsonaro.

“A Globo informou recentemente que um dos assassinos de Marielle (um policial militar, é claro) obteve acesso ao condomínio fechado de Bolsonaro, onde o outro assassino morava, ligando para a casa de Bolsonaro, onde Carlos costumava estar. Este mês, Carlos excluiu todas as suas contas de mídia social”, registrou Glenn.

Houve também um fato curioso no vídeo em que Bolsonaro atacou a Globo por fazer a reportagem em que mostrou que os assassinos interfonaram para sua casa. “Querem prender um filho meu?”, indagou Bolsonaro, que estava extremamente irritado. Nesta transmissão, feita pelo Facebook, ele fez duras críticas à Globo. No entanto, a reportagem da Globo não dizia nada sobre qualquer filho de Bolsonaro.

O jornalista Luís Nassif também mostrou contradições graves de Carlos Bolsonaro, que destruiu seu próprio álibi. Segundo uma síntese do portal 247, Nassif lembra que no dia seguinte à reportagem do Jornal Nacional que trouxe a revelação do porteiro do condomínio de que o ex-PM Elcio Queiroz tinha ido para a casa de Jair Bolsonaro, Carlos Bolsonaro mostra os vídeos com as chamadas da portaria do seu condomínio. 

No segundo deles, Carluxo mostra uma chamada para a sua casa, no condomínio. Mostra o horário, de 17:58 e o diálogo com o porteiro. “Seu Carlos, é o Uber”, avisa o porteiro. “Opa. Valeu. Obrigado”, responde o filho do presidente”.

“Ali, ele, sem perceber, detona seu primeiro álibi: o de que, na tarde da morte de Marielle, ele estava em sessão na Câmara de Vereadores. No vídeo da sessão daquele dia, é possível conferir sua presença às 3 horas e 8 minutos de gravação. Era 17:30. Da Câmara de Vereadores ao condomínio dos Bolsonaro, não se vai por menos de 50 minutos. Uma consulta ao sistema do Uber poderá mostrar para onde Carlos Bolsonaro foi conduzido”, escreve Nassif. 

“A troco de quê Carlos insistiu no álibi da sua presença na Câmara de Vereadores, e não em sua casa? Provavelmente porque, àquela hora, dois assassinos de Marielle estavam em reunião na casa e Ronnie Lessa, no mesmo condomínio”, acrescenta o jornalista.