O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), e também conhecido como amigo de Sérgio Moro, negou em julgamento realizado nesta quarta-feira 27 todas as preliminares apresentadas pelos advogados do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia.

(foto sylvio sirangelo – trf-4)

Primeiramente, Gebran Neto negou os pedidos de suspeição feitos pela defesa de Lula do então juiz Sergio Moro. “A premissa de conotação política é estranha ao processo”, disse o desembargador. Mesmo o juiz Moro hoje ser político e ter assumido cargo em governo de adversário político de Lula.

Em seguida, ele negou a existência de irregularidade no fato de a sentença da juíza Gabriela Hardt ser uma cópia da sentença de Moro relativa ao caso triplex. “Nenhum trecho de mérito segue reproduzido. São trechos meramente informativos típicos do relatório”, justificou. Gerbran não quis entender que o procedimento já em si indicava má vontade e pré-julgamento.

O desembargador negou também irregularidades nas intenções do Ministério Público Federal quanto à destinação de dinheiro de multa paga pela Petrobras à Justiça americana e ainda a preliminar que pedia a anulação da condenação de Lula com base no novo entendimento do STF sobre a ordem das alegações finais quando há corréus delatados.

“Não comungo desse entendimento”, afirmou. “Me parece que o que fez o Supremo Tribunal Federal foi uma norma processual que só poderia valer com efeito ex nunc, jamais com efeito retroativo”, completou.

Sobre a inclusão da Vaza Jato, como ficou conhecida a série de reportagens do site The Intercept revelando conversas entre procuradores que cometeram diversas irregularidades durante a operação, disse que o material foi colhido ilegalmente, como “é sabido até pelas pedras”. (247/Carta Campinas)