.Por Susiana Drapeau.

Na mesma semana da divulgação pelo Jornal Nacional das planilhas de entrada no Condomínio Vivendas da Barra em que mostram anotação de que os acusados de assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes interfonaram para a casa 58, de Jair Bolsonaro, os filhos de Bolsonaro armaram um circo e iniciaram novas polêmicas.

(foto perfil de marielle franco – facebook)

A estratégia funcionou. Em vez de a oposição e a imprensa ficarem focadas na questão mais grave e importante, que são as conexões entre milicianos acusados de assassinato e a família de Bolsonaro, essa pauta foi diluída.

Toda a oposição foi levada a se manifestar sobre o AI-5: matérias, declarações, história, etc etc etc. Mas a reação deveria ser outra: “Não adianta falar de AI-5, queremos saber quem mandou matar Marielle”

Ao mesmo tempo que os filhos distraíam a população e a oposição com polêmicas e desculpas, exceto Flávio Bolsonaro que ficou em silêncio durante a semana, o Ministério Público fazia uma perícia fajuta (segundo entidades peritos policiais) de maneira assustadoramente célere para desmentir o depoimento do porteiro. Depois se descobriu que a promotora era bolsonarista e foi afastada. Só não conseguiram desmentir as anotações do porteiro, feitas no dia 14 de março de 2018. O dia do assassinato de Marielle.

A grande questão da sociedade brasileira no momento é revelar os verdadeiros mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, até para tirar qualquer suspeita sobre a família Bolsonaro. Mas as polêmicas criadas pelos filhos de Bolsonaro durante a semana jogam mais suspeitas sobre o caso.

Depois que foi revelado que os assassinos, coincidentemente, saíram para cometer o assassinato de dentro do condomínio de Bolsonaro e que o atirador seria um morador do condomínio, vizinho de Bolsonaro, algo impensável começou a se desenhar. O pior foram as anotações do porteiro de que um participante do assassinato, interfonou para a casa 58.

As ligações entre milicianos e os filhos de Bolsonaro são inúmeras, a partir da conexão como o ex-assessor desaparecido Fabrício Queiroz. Nas redes sociais, jornais, revistas e veículos de internet mostram claramente, inclusive com fotos e relações de trabalho e amizade.

Até hoje a Rede Globo ainda não fez nenhuma matéria longa mostrando todas as ligações entre os Bolsonaro e os milicianos. Para contar todas as relações, precisaria de várias horas de jornalismo. Mas a Globo recuou com as ameaças de Bolsonaro. Aceitou a tese da promotora Bolsonarista. As outras emissoras de TV estão faz jornalismo com o rabo entre as pernas.