A Corte Suprema do Chile condenou nesta segunda-feira (07/10) 22 ex-agentes da polícia secreta do ditador de extrema-direita Augusto Pinochet, pelo sequestro qualificado de dois opositores, que tiveram os nomes incluídos na Operação Colombo, montada pelo regime para encobrir o desaparecimento de 119 presos políticos. A informação é da Deutsch Welle.

(imagem ilustrativa – exílios- museo de la memoria de los derechos humanos – div)

As sentenças foram contra agentes da polícia secreta de Pinochet. Na lista, estão nomes como o general Raúl Iturriaga Neumann e os brigadeiros Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko.

Os criminosos do Estado ditatorial já cumprem atualmente penas na prisão, pela participação em violações aos direitos humanos durante o período em que Pinochet esteve no poder, entre 1973 e 1990.

As vítimas do sequestro são Héctor Zúñiga Tapia e Bernardo de Castro López, militantes de esquerda que foram detidos em meados de setembro de 1974.

A reportagem diz ainda que César Manríquez Bravo, Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko foram condenados a dez anos de prisão, por serem considerados autores do rapto e posterior desaparecimento de Tapia, integrante do Movimento de Esquerda Revolucionária. Já pelo sequestro de López, militante do Partido Socialista, o tribunal condenou a dez anos César Manríquez Bravo, Pedro Espinoza Bravo, Gerardo Urrich González, Manuel Carevic Cubillos e Raúl Iturriaga Neumann.

E continua mostrando a relação com o Brasil:

Em 1975, os nomes de Tapia e López foram incluídos entre as vítimas da Operação Colombo, uma ação forjada pela DINA para encobrir o desaparecimento de 119 prisioneiros políticos, com o apoio de agentes da Argentina e da ditadura no Brasil.

Nos dois países, foram publicadas edições únicas de jornais inexistentes, em que era afirmado que ambos morreram em expurgos feitos pelo Movimento de Esquerda Revolucionária, em territórios argentino e brasileiro.

Durante a ditadura de Pinochet, cerca de 3,2 mil pessoas foram mortas por agentes do Estado, das quais mais de 1,1 mil ainda estão desaparecidas. Outras 40 mil foram presas e torturadas por razões políticas.