A Câmara de Vereadores de Campinas fará um debate na próxima semana sobre a inclusão de Campinas no Plano Nacional de Escola Cívico-Militar, programa do governo Bolsonaro (PSL) que cria um grande cabide de emprego para militares dentro das escolas públicas brasileiras, além de transformar as escolas em uma espécie de quartel. A fase inicial do projeto é um verdadeiro trem da alegria com 972 cargos ao custo de R$ 54 milhões.

(foto tania rego – agencia brasil)

A Comissão de Educação e Esporte da casa convocou uma reunião extraordinária para discutir a decisão do prefeito. “Infelizmente o prefeito incluiu a cidade no programa sem consultar a sociedade ou essa casa, mas mesmo assim vamos fazer esse debate na Câmara”, disse o presidente da Comissão vereador Gustavo Petta (PCdoB).

 O anúncio da inclusão de Campinas no programa do governo federal foi feito na última semana pelo prefeito à imprensa. O projeto visa não só aparelhar as escolas, mas também doutrinar os alunos: eles deverão usar fardas e aulas de Educação Moral e Cívica voltam ao currículo.

O programa é criticado por educadores como a ex-secretária de educação de Campinas e professora aposentada da Faculdade de Educação da Unicamp, Helena de Freitas. Para ela, não há como separar administração de conteúdo pedagógico. Educadores ligados a Unicamp repudiaram publicamente o programa.

Para o debate, foram convidados o Ministério da Educação, para explicar o programa, e a Secretaria Municipal de Educação, para explicar como o programa será aplicado na cidade. Além das esferas nacional e municipal, foram convidados também entidades estudantis, sindicatos de professores e entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Queremos mostrar para a população o que é e como será aplicado em Campinas esse projeto. A população precisa das respostas”, completou Petta. (Com informações de divulgação)

SERVIÇO

“Implantação de Escolas Cívico-Militares em Campinas”

Data: 22 de outubro – Horário: 19 horas

Local: Câmara Municipal de Campinas (Av. Eng. Roberto Mange, 66)