As novas revelações do site The Intercept Brasil, divulgadas nesta segunda-feira, 12, mostram o procurador e coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, atuando politicamente em grupos de direita que atacavam o PT e foram ativos no golpe parlamentar contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

(foto de tela – the intercept)

Segundo o site, Dallagnol usou dois grupos políticos de direita como porta-vozes de causas políticas pessoais dele e da operação.

“Um dos grupos, o Vem Pra Rua, é notoriamente alinhado a partidos e políticos de direita. Dono de uma página de Facebook com mais de 2 milhões de seguidores, foi um dos principais organizadores de marchas pelo impeachment de Dilma Rousseff”, informa a reportagem. A principal figura do grupo de direita é Rogerio Chequer, que se aproveitou da fama para lançar-se candidato a governador de São Paulo pelo Novo e, em seguida, tornar-se cabo eleitoral de Jair Bolsonaro, candidato de extrema-direita que venceu as eleições presidenciais.

foto fernando frazão – ag brasil)

Outra procuradora da Lava Jato, só que em São Paulo, Thaméa Danelon, ex-integrante do braço paulista, chegou a coordenar o grupo de direita por cerca de dois meses no fim de 2018, quando repentinamente pediu para deixar o grupo. “Em várias ocasiões funcionou como ponte com o Vem pra Rua, revelam as mensagens recebidas pelo Intercept de uma fonte anônima”.

Ainda segundo a reportagem, o outro grupo é o Instituto Mude — Chega de Corrupção, criado inicialmente para coletar assinaturas a favor das dez medidas contra a corrupção, um pacote de mudanças legislativas que se tornou uma obsessão pessoal de Dallagnol. As dez medidas, inclusive a que inclui que provas ilícitas podem ser usadas, foram defendidas por grupos de direita, como uma forma de apoio a Lava Jato.

“Embora o Mude não informe isso em seu site, o coordenador da Lava Jato no Paraná atuou como um diretor informal do movimento, que chegou a organizar encontros numa igreja frequentada pelo procurador – e em que ele é pregador eventual”, revela a reportagem assinada por Rafael Neves e Rafael Moro Martins. As ações foram importantes para impedir a candidatura Lula e mantê-lo preso e incomunicável durante cerca de um ano.

Veja texto integral