.Por Eduardo de Paula Barreto.
 
(imagem: prawny – pl)
Ofereço este singelo poema aos profissionais de saúde que, apesar de todas as limitações impostas pelas autoridades públicas, cuidaram e têm cuidado de minha mãe com muito profissionalismo e com um carinho tão grande que me sinto incapaz de transformar em palavras a minha gratidão.
 
Que vocês tenham bem-estar e sejam valorizados em sua missão.
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Recebam um forte abraço,
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Eduardo
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OS ARAUTOS DOS MILAGRES
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Como testemunhas das dores
Saltam gritos de agonia
Que percorrem os corredores
Buscando fuga na fantasia
Que ofuscada pela realidade
Do descaso das autoridades
Que sem piedade mata
Se refugia no ser humano
Que é só mais um fulano
Estirado numa maca.
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Enquanto a humana dignidade
Agoniza em cada canto
Surgem arautos dos milagres
Cobertos por tecidos brancos
Que se entregam decididos
A oferecer aos aflitos
O seu saber como sacerdócio
Para como bálsamo sarar
As feridas que ao cicatrizar
Testemunham o amor ao próximo
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Com parcos recursos
Dão nova chance à vida
E surgem sentimentos difusos
Que revigoram a esperança perdida
Tornando médicos e pacientes
Ligados eternamente
Pelas conexões emocionais
Que transformam os momentos tristes
Em estímulos para vencer os limites
Das frias paredes dos hospitais.
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Eduardo de Paula Barreto
10/08/2019
 
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