Acuado e isolado, Jair Bolsonaro agora corre para pedir ajuda à Rede Globo. O vice-presidente Institucional do Grupo Globo, Paulo Tonet, tem um encontro marcado com Bolsonaro às 16h desta terça-feira (21), acompanhado do ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Onyx Lorenzoni.

Paulo Tonet Camargo (foto divulgação grupo globo – reprodução)

A Globo apoiou o golpe contra Dilma Rousseff e a eleição de Bolsonaro, mas rompeu com o governo nas últimas semanas.

Uma articulação semelhante levou à queda de Gustavo Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência da República em 18 de fevereiro. Em áudio vazado à época, Bolsonaro censurava Bebianno pela iniciativa de estabelecer uma conversa com a Globo.

“Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Agora… Trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô, cê tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara. Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma porque cê tá trazendo o maior cara que me ferrou – antes, durante, agora e após a campanha – para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República: cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final”, disse.

Bolsonaro se sentiu traído por Bebianno, a reunião acabou cancelada e o ministro caiu.

O presidente não goza de boas relações com a emissora da família Marinho. Em seu primeiro trimestre de governo, Bolsonaro privilegiou o SBT e a Record, com aumento de receita publicitária dos órgãos federais.

O faturamento da emissora de Edir Macedo chegou a R$ 10,3 milhões em 2019. O SBT ficou R$ 7,3 milhões e a Globo, com R$ 7,07 milhões, algo inédito nas relações do grupo com o governo federal. (Do 247)