(foto roberto ferrari cc)

.Por Eduardo de Paula Barreto.

Todos somos agricultores
E colhemos o que plantamos
Uns plantam professores
Outros plantam milicianos
E ao vermos as sementes
Germinando em nossa frente
Aguardamos aflitos
Para ver quais serão
Os frutos que surgirão
Na árvore do nosso arbítrio.
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Na árvore que cresceu
Vemos frutos de imundícia
Porque o povo escolheu
Plantar sementes de milícia
E tais frutos são amargos
Insalubres e contaminados
Com comportamentos torpes
Que nos fazem reconhecer
Que jamais poderíamos colher
Bons frutos de uma árvore podre.
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Alguns plantam, todos colhem
E seguimos sempre famintos
Mas é melhor morrer de fome
Do que viver gordo e indigno
Mas nos resta uma chance
Basta unirmos nossos alfanjes
Para cultivarmos um jardim feliz
Removendo as pragas da grama
E quanto à árvore miliciana
Vamos cortá-la pela raiz.