Após mais de 8 meses de produção de alimentos saudáveis no distrito de Martinho Prado Jr, em Mogi-Guaçu, as 400 famílias sem terra estão sendo despejadas da fazenda Campininha nessa segunda-feira (22/04) pelo governo de João Dória (PSDB).

(foto brasil de fato)

Indignadas com a decisão judicial do dia 08 de abril, as famílias deixam a área do governo do estado com lavouras de maxixe, mandioca, quiabo, melancia e outras variedades de cultivos.

A área ocupada possui mais de 4,5 mil hectares e pertence ao estado de São Paulo. Gerson Oliveira, da coordenação estadual do MST, denunciou na época que no passado a área teria sido destinada à reforma agrária. “Essa área foi arrendada em 1910 para fins de reforma agrária ainda na época dos grandes projetos de colonização no interior de São Paulo, mas esse objetivo nunca foi alcançado. As famílias nunca foram assentadas nesta área.

Segundo a acampada e agricultora, Sueli Borges, a maior tristeza é deixar nossa roça, essa terra é muito boa. “Já colhemos muito e nos próximos meses vai dar muito mais. É muito triste saber que toda essa terra vai voltar a ficar abandonada, mas não vamos desistir. Aqui ainda vai ser nosso assentamento”, afimrou.

A viabilidade do assentamento na fazenda é de conhecimento público, inclusive atestada por órgãos públicos estaduais. Segundo o MST, o governo optou pela reintegração de posse, perdendo a chance de realizar a Reforma Agrária e cumprir a função social da terra, tornando a área produtiva, com geração de renda e desenvolvimento econômico para a região.

O MST lembra que a área esteve abandonada por anos, sendo alvo de queimadas frequentes e depositório de carros roubados. Além disso, foi colocada à venda pelo Governo do Estado para beneficiar grandes empresas do agronegócio com a terra pública.

Segundo os Sem Terra, o Governo Dória não se importa com a situação das famílias. “Demonstra total irresponsabilidade no tratamento da questão social e descaso em relação à função social da terra, como determina a Constituição Federal, o que se evidencia na inviabilização do Parque da Água Branca para a Feira Nacional da Reforma Agrária”, anotam.

O Movimento Sem Terra afirmou também que seguirá em luta pela democratização da terra e pela realização de um assentamento agroecológico na Fazenda Campininha. (Com informações de divulgação e do Brasil de Fato)