(foto avi acl cc)

.Por Eduardo de Paula Barreto.

O Sol brilha para os outros
Os rios saciam outras sedes
As árvores sombreiam outros corpos
Os ventos refrescam outras peles
E os pássaros canoros
Oferecem lindos coros
Para outros passarinhos
A natureza é tão abnegada
Oferece tudo sem pedir nada
E nós somos tão mesquinhos.
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As flores oferecem o pólen
Às abelhas que cruzam o céu
E elas presenteiam o homem
Com o mais saboroso mel
E o solo oferece nutrientes
Para germinar as sementes
Do lavrador que testifica
Que a natureza tem no servir
A razão do seu existir
Enquanto somos tão egoístas.
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Sorrimos esperando receber
Outros sorrisos como pagamento
Matamos outras fomes querendo que
Deus nos garanta alimentos
Oferecemos a nossa mão
Desejando como retribuição
O bem-estar na vida eterna
Até a Deus oferecemos louvores
Para que Ele nos considere melhores
Do que os outros filhos da Terra.
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Iluminemos como o Sol
Como a água refresquemos
E como o vento ao redor
A toda gente abracemos
Cantemos para todo o mundo
E como o solo fecundo
Sejamos alimento e guarida
E assim ficaremos convencidos
De que a nossa vida só tem sentido
Quando damos sentido a outras vidas.
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