Em São Paulo – Poderá ser vista até o dia 14 de abril de 2019, no Instituto Tomie Ohtake, a mostra “Ruy Ohtake: O design da forma”, um panorama da obra de Ruy Ohtake, desde recém-formado até projetos atuais.

(Foto: Divulgação)

A mostra traz a sua produção como designer, por meio de aproximadamente 25 peças selecionadas pelos curadores Fábio Magalhães, Marili Brandão e Priscyla Gomes. Ocorre ao mesmo tempo, no Museu da Casa Brasileira, outra exposição que exibe cerca de 40 projetos construídos ou em construção, com curadoria de Agnaldo Farias. As duas exposições visam aprofundar dois momentos (arquitetura e mobiliário) que delineiam iniciativas e pesquisas únicas, nas quais o arquiteto debruçou-se com uma inventividade formal pautada pelo risco. A última exposição que situou em perspectiva o trabalho de Ohtake ocorreu em 2008, na FAU-USP para celebrar os 60 anos da faculdade.

No Instituto Tomie Ohtake estão reunidas peças de mobiliário, objetos e materiais de acabamento criados por Ohtake. Conforme Priscyla Gomes, o arquiteto múltiplo é perito em definir com precioso desenho desde projetos de escala urbana até detalhes mais sutis, que configuram uma longa e minuciosa investigação acerca de como se é possível desenvolver, concomitantemente, mobiliário e edificação. Em seus projetos de arquitetura desenha elementos como mesas, estantes, sofás, aparadores e escadas, em concreto. “Há muitos anos o arquiteto tem um modus operandi único, com a arquitetura e o design inseridos no mesmo corpo”, afirma Fabio Magalhães. 

A partir de 1995, desloca este seu saber para a indústria. Cria peças nos mais variados materiais: porcelanato, madeira, aço, vidro, porcelana de inovadora resistência e prata. O enfoque da apresentação destas peças no Instituto Tomie Ohtake busca destrinchar atentamente sua proximidade com o estudo dos materiais, seus comportamentos e limites, além de um entendimento atento às etapas de produção.

A mostra reúne além de obras originais, desenhos, modelos volumétricos, vídeos e entrevistas com o arquiteto. Para Priscyla Gomes, os elementos selecionados reiteram associações entre seus raciocínios construtivos, nos quais cortes e dobras acabam por definir aspectos estruturais de sua composição. “A contemporaneidade do arquiteto está alinhada a um pensamento vanguardista no qual estar à frente é decidir com liberdade novos parâmetros à criação”, completa.

Uma programação paralela acompanha a mostra no Tomie Ohtake, incluindo um laboratório com Ruy Ohtake destinado a estudantes universitários matriculados em cursos de design no qual irá explorar possibilidades de uso da madeira na produção de objetos. Também acontecerá o lançamento do livro “O Design da forma”, no dia 26 de março, às 19h, com conversa com Ruy Ohtake.

Mais informações no SITE do Instituto Tomie Ohtake. (Carta Campinas com informações de divulgação)