No próximo sábado, 6 de abril, às 16h30, a banda Costume Blue se apresenta no Jardim do Galpão do Sesc Campinas. O público poderá apreciar o som da banda que possui sonoridade com influências do blues, alma rock e raiz brasileira. Serão apresentadas músicas do primeiro álbum da banda e também do álbum Ausência, recém lançado em fevereiro/2019.

(Foto: Gabriel Potter)

O grupo Costume Blue propõe combinar, sem pedantismo, a poesia mais arrojada ao deleite de melodias marcantes, sendo essa a tônica do álbum Ausência, que aposta na conciliação entre deleite, pura catarse, e rigor na costura estética de suas canções.

Como dizem os integrantes da banda, as melhores canções da música brasileira sempre foram acessíveis ao grande público, mas com poder inventivo. Nunca houve concessão à ausência de criatividade, mas com o tempo isso foi se perdendo. Noel Rosa, Orestes Barbosa, Chico, Caetano e Gil nunca estiveram longe da linhagem da melhor poesia. O Costume Blue procura esse resgate em letras para “roçar a língua”, como diz o Cae, de Drummond a João Cabral, de Baudelaire a Mallarmé e Pound.

Nesse trato poético-musical, o show do álbum Ausência em vários momentos trará a brisa das paragens nordestinas, certo ar de sertão. A viola de repentista nordestino está presente e afinada com guitarras criativas e teclados ousados num alinhavo melodicamente cirúrgico. A cozinha da banda é composta por baterias firmes e linhas de contrabaixo marcantes que levam o som da banda para frente.

“Fuligem”, “Entulho do Tempo” e “Fogo” são faixas no show, impossibilitando delimitar o que é rock e blues de ritmos nordestinos como baião, xaxado ou aboio de vaqueiro. Mas os músicos destacam que não gostam dessa ideia de mistura. “Isso não faz mais sentido. Fazia lá nos anos 60, quando as fronteiras eram rígidas. Somos de uma geração pós-digestão, pós-liquidificador. Não há trabalho para misturar, pois tudo já estava com uma liga, sem remendo”.

Mas se o cheiro do agreste ou do sertão nordestino é inconfundível na sonoridade da banda, o rock e o blues dão suporte a tudo isso, consolidando o arrojo sonoro proposto pelo Costume Blue.

“Desde que a Tropicália decretou que “é proibido proibir”, Raul Seixas misturou Elvis com baião e Rita Lee grafou seu “Roque Enrow”, o ritmo americano ganhou tons de verde e amarelo. Formado em 2016, a banda preza por navegar livre entre os gêneros sem nunca perder a energia do rock. “Beto Feitosa.

Afeito às imagens poéticas insólitas, ao blues e ao rock parecem bem-vindas as influências da música nordestina e também da jovem guarda.

Costume Blue é: Marcelo Bulhões – voz, guitarra, violão dobro, harmônica Cristiano Araujo – bateria Celso Blues Ferreira – baixo Ricardo Marins – piano, teclados e vocal Rodney Nascimento – guitarra solo e vocal

A entrada é gratuita. (Carta Campinas com informações de divulgação)