A chamada Reforma da Previdência equivale à implantação do maior aumento de imposto da história do Brasil e recairá principalmente sobre a classe média e a população mais pobre do país.

(foto valter campanato – ag brasil)

Segundo cálculos da equipe econômica de Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Bolsonaro, a proposta da Reforma da Previdência vai deixar de transferir para a população recursos da ordem de R$ 100 bilhões por ano. Mas esse valor pode ser ainda maior. Para se ter uma ideia, a recriação da CPMF equivaleria a somente 10% desse valor.

A Reforma da Previdência equivale a um imposto que não é pago com boleto ou guia de arrecadação, mas com a própria vida, seja trabalhando mais, morrendo antes de se aposentar ou recebendo legalmente uma aposentadoria menor do que um salário mínimo.

Mas, o lado mais perverso desse imposto é que os grandes empresários e banqueiros não vão pagar um centavo a mais. Ele vai recair principalmente sobre a população mais pobre, que tem uma expectativa de vida menor do que a classe média. Equivale à criação de um imposto monstruoso sobre o trabalho, mas que só o trabalhador, pequenos empresários e autônomos terão de pagar.

Além de não pagar, os grandes bancos poderão lucrar com a comercialização da previdência privada. Com uma previdência pública miserável, a previdência privada será usada como complementação. Além de pagar com a própria vida, parte da população (classes médias) vão pagar um extra para poder se aposentar dignamente.

Em dez anos, o governo prevê R$ 1 trilhão em recursos retirados da população por meio da Reforma da Previdência. São recursos que hoje pertencem às pessoas que estão em idade de trabalho e vão se aposentar no futuro. É um imposto sobre a vida do brasileiro.