(foto do acervo pessoal de Luís Fernando Praga)

.Por Luís Fernando Praga.

Neste dia 02/02 começa a circular este pitoresco “expresso”, que usa o pequeno, mas sempre maior que o 1, número 2, a fim de demonstrar as ambiguidades da vida!

Não, não é isso…

Eu queria que este texto fosse tantas coisas que ele não consegue ser… Ele já teve tantos começos abortados que talvez nem saia, mas, se você está lendo, saiu. 

Este texto marca meu retorno às redes sociais, das quais me ausentei em 05 de novembro do ano passado, por motivo de dor e tristeza. O Facebook e os grupos de WhatsApp traziam-me uma cruel sensação de impotência diante da cegueira social perante o óbvio de uma situação que já beirava a tragédia. Havia pouca informação e muito mais decepções e desagrados que motivos para a felicidade. 

Escolhi dar um tempo, quieto e afastado. Tudo o que já falei ou publiquei aqui, nos últimos 5 anos, parece não ter conscientizado ou sensibilizado ninguém. Não virei nenhum voto e não contribuí para que qualquer apoiador do presidente miliciano tivesse a razão restaurada.

O ódio nos venceu a todos, enquanto povo brasileiro, e me venceu, enquanto indivíduo intimamente derrotado. Mas já fui derrotado outras vezes e soube amadurecer com isso…

O amadurecimento é um conceito pessoal e é certo que, na sociedade em que vivo, poucos entenderão o quanto me orgulho de que a História me coloque do lado dos derrotados em 2019.

Hoje, dia 02 de fevereiro, é meu aniversário. Amadureço há 48 anos e hoje queria um texto com humor, como outros que já fiz, porque juro que gosto de rir e de fazer rir! Gosto de rir de besteira, de situações constrangedoras, de tombo, de cachorro, de bebê e gosto de rir de mim, mas não tenho conseguido. Algo no ar não me permite fazer graça.

Não consigo ser engraçado enquanto meu círculo social passa por drásticas perdas e transformações; não consigo fazer graça quando vejo a nova e engraçada equipe ministerial; não consigo fazer graça com a reedição do desastre ambiental e das mortes provocadas por uma ex-estatal, privatizada em 1997, por F.H.C. (“comunista” privatizador da “lista de fuzilamentos” do atual presidente privatizador do Brasil), e que, hoje, muito pouco Vale.

Não consigo fazer graça enquanto sinto, profundamente e dia após dia, a dor e o tormento de saber que Lula, um senhor de 73 anos, nordestino, nascido na miséria, vive preso num cubículo, em condições desumanas, há quase 1 ano.

(Daqui pra frente estão dispensados da leitura todos os que pensaram: “Foda-se o Lula!”, pois quem é capaz de desprezar um ser humano é capaz de desprezar a todos, e esse é um padrão de comportamento incompatível com o entendimento deste texto.)  

O ser humano é, sim, capaz de suportar condições desumanas! Lula, aliás, já suportou antes, e a maior parte de nossa população vive nessas condições, mas o que me parece mais sub-humano, o que mais me impressiona e me decepciona é ver tanta gente indiferente às vítimas sociais; é ver tantos alegando que as vítimas da evidente brutalidade sejam “vitimistas”; é tanta gente a sentir prazer com o sofrimento alheio; é tanta gente obcecada por castigar e condenar à morte!

Os “vencedores”, o que quer que eles digam, votaram na violência, no castigo, na dor, no sofrimento, na punição, nas derrotas das ciências, da cultura, da tolerância e da inclusão social.

Os “vencedores” acreditaram em mitos, consolidados na figura do mito maior, que lhes prometeu ordem, armas, paz e extermínio; com Deus acima de todos!

Eu não consigo fazer graça ao ver que é nessa sociedade, sedenta de sangue, que eu, minhas filhas e meus entes queridos vivemos; e não sei fazer graça enquanto me assombra uma aterradora imagem de futuro a curto e médio prazo.

Não consigo fazer graça diante da percepção de que minha tristeza gera uma sarcástica alegria (quando não gera ódio e inconformismo) em gente que amo e que já foi gente amiga.

Eu sei, tem muita graça por aí, dando sopa, mas não a tenho encontrado; e nem ela, a mim.

Neste país onde os “vencedores” votam no Frota e seguem “ao lado de Deus”, enfileirando correntes de orações pra salvar o Brasil, simpatias para a prosperidade do pobre de direita, vídeos de filhotinhos, mamadeira de piroca e mensagens de ódio, eu vivo muito deslocado.

Mesmo depois do Queirós, de Davos, da Damaris, dos “cidadões”, dos “dejeitos” e do novo ministro da Injustiça, sinto que meus três meses de afastamento foram muito pouco e que eu não tô apto a mudar os ares de nada!

Mas, lutar e resistir são a única esperança da esperança; e, apesar de tudo, eu voltei e me sinto com vida!

Vida é um fluxo de acontecimentos, um rio do qual as criaturas usufruem entre o nascimento e a morte; cada um tem a sua, com sua extensão, sua paisagem e seu traçado únicos e particulares, mas todas deságuam na morte.

A morte é um evento sobre o qual não há consenso e do qual eu nada sei, além do fato de que, desde que o mundo é mundo, cedo ou tarde, invariavelmente, ela se apresenta a todos os vivos…

Ainda assim, há quem abra mão de viver a vida e de percorrer todas as possibilidades do seu rio, único e insubstituível, por medo do “além”, ou por confiar mais no “além” do que na vida medíocre que leva.

Quando se vive preocupado com a morte não se dá a devida atenção à vida…

Tem vivo que não percebe, mas a morte não extingue a vida: ao invés disso, deixa na Terra os ingredientes necessários para que a vida consiga renascer; sempre um pouco transformada, para quem segue vivo e pra quem vier a nascer e desfrutar da vida depois.

Mais que um rio, a “Vida” se assemelha a uma bacia hidrográfica, onde todos os rios se interligam, a tal ponto que a água doce e pura que corre no seu rio é a mesma que movimenta o fluxo de todos os outros rios. Da mesma forma, a poluição que você carrega pode contaminar a água dos outros e vice-versa.

A forma que escolhemos para viver, ou para abrir mão disso, reflete-se diretamente na vida das futuras gerações. Nossa geração, um dia, já foi a futura…

Se a vida depende da “temível” morte para renascer, e se, sempre que renasce, renasce transformada, essa transformação evolutiva, natural e condicionada à morte da carne; condicionada à morte dos enganos e preconceitos do passado; das ignorâncias, dos mitos e dos medos que já aprendemos a dominar; essa transformação também gera repulsa e medo a todos os que temem a morte.

Quando se vive morrendo de medo de morrer, não se dá a devida atenção à vida. Quando o objetivo de percorrer e conhecer o seu próprio rio, da maneira mais agradável, digna e enriquecedora, dá lugar à preocupação com o depois da morte, há, aí, um erro de prioridades: falta razão, há desprezo pela vida e pelas gerações futuras. Há excesso de mitos e de medos.

Quanto mais se teme e se fazem especulações terríveis a respeito da morte e do pós-morte, menos se ama a vida e mais se deseja a morte como castigo para um inimigo.

Não dar a devida atenção às possibilidades da própria vida é a pior e mais desastrosa das desatenções humanas! Assim, perde-se o foco, culpa-se o alheio, inventam-se os inimigos e fazem-se as guerras; tudo por um medo irracional.

Medo é um reflexo natural de proteção e serve para salvar nossas vidas de situações perigosas ou desconhecidas. Ele funciona como um “pé no freio” da vida; é vital em incontáveis situações e essencial à nossa evolução. O medo; mas não, o apego ao medo.

Já senti medo do escuro e de assombração, quando criança. Era ruim, arruinava meu sono, limitava meu comportamento, tirava minha paz. Já faz tempo que acabou. Amadureci; e, na verdade que abracei, o escuro representa o desconhecido. No desconhecido pode haver motivos para a precaução e o medo, no escuro da savana africana, no beco escuro de um bairro violento, no escuro de uma trincheira do campo de batalha, na escuridão da ignorância, mas não, no escuro do meu quarto.

Não é o escuro, mas o que o escuro pode esconder. Na minha verdade, não existem mais assombrações, demônios ou espíritos malignos, nem no escuro nem no claro, nem em meu quarto nem no de ninguém. São estórias de dar medo, que um dia deram.

Esclarecido o suficiente para dar cabo de alguns medos infantis, tenho menos motivo pra sofrer, sinto-me mais seguro; daí, mais livre. Não me importa que haja fantasmas, ou o que quer que haja de místico e fantástico na verdade do meu vizinho, do presidente e dos crentes das diversas religiões; cada qual com sua verdade e seu medo.

Meus medos, hoje, são bem outros:

Com a fome e a miséria matando milhões de inocentes, ano após ano, século após século, não consigo ter medo de castigo divino; com as balas perdidas pelas nossas periferias, não tenho medo de terrorista muçulmano; com os pastores charlatães, não tenho medo de “encosto”; com os estupradores de crianças protegidos em seus templos, não tenho medo de artista pelado no museu; com Silas Malafaia disseminando discriminação e preconceito, não tenho medo de kit gay; com os Estados Unidos e Donald Trump, não posso ter medo da Venezuela de Maduro; com esse presidente no governo do Brasil, não há como ter medo de diabo.

O medo de despencar da “beirada do mundo”, num abismo sem fim, já assolou a humanidade em eras remotas. Hoje, menos ingênuos e amparados pela ciência, tornamos esse abismo um mito, o mito virou piada e já não faz medo em ninguém. Ou quase…

Sei que muitos traçam o rumo de suas vidas a partir de preceitos religiosos, mas devemos notar que existe gente cruel e gente generosa em toda e qualquer religião, assim como em qualquer partido político; logo, conclui-se que as más ações e as ações generosas não dependam da orientação política ou religiosa, mas de nossa íntima escolha, a cada instante, de agirmos cruel ou generosamente.

Nenhuma das religiões, prometedoras da glória e da paz, conseguiu cumprir o prometido. Por outro lado, várias delas já incitaram a guerras; várias foram responsáveis pelo genocídio de nativos; várias espalharam mentiras deslavadas em forma de dogmas; várias alimentaram e alimentam a ignorância humana; várias pregam a submissão ao status quo, são avessas a tendências naturais e a transformações inevitáveis; várias enriqueceram e enriquecem seus líderes religiosos mercantilistas; e várias alimentam medos irracionais, que a espécie humana arrasta pelos séculos, como penitência por ser imperfeita. 

Claro, há exceções, e algumas religiões alertam e orientam, honestamente, quanto a perigos reais e medos pertinentes, como os “Testemunhas de Jucá” e o “Grêmio Recreativo Escola de Samba Paraíso do Tuiuti”, mas suas palavras exercem pouca influência sobre as massas.

Ah, as massas… Como passam, tão depressa, da ebulição e fúria à total apatia?

Artistas incendeiam as massas, se tiverem carisma… Com carisma, religiosos charlatães incendeiam as massas. Com carisma, até ditadores incendeiam as massas, mas, “graças a Deus”, quem nasceu pra já ir… nunca chega a Hitler.

Só que é meu aniversário, é meu texto, é meu presente e eu não quero mais ditador nem charlatão!  Gosto de artista de verdade e agora eu quero é artista no meu texto!

Vou falar dos 2 que não me saem da cabeça: o Chico, claro, porque o Chico é o cara que escreveu “Apesar de Você”, que eu sempre entendi e gostei, mas confesso que nunca havia entendido tão exatamente o sentimento do Chico Buarque, nem tão ao pé da letra o que cada palavra dessa música estava dizendo. Agora, com o golpe de 16, a História nos deu a dádiva da compreensão absoluta das motivações e do processo criativo de um artista. Obrigado, História! Mas é triste! Chico, um senhor de 75 anos, não merecia isso duas vezes na vida; uma vez já é triste demais! Haja desumanidade!…

Querido Chico, nesse meu ducentésimo vigésimo segundo (222º) texto publicado nesta “Coluna Flexível”, envio-lhe “Aquele Abraço!”, peço que “Não Chores Mais!”, porque o “Tempo Rei” a tudo esclarece!

Gilberto Gil escreveu o Expresso 2222, o original, de 1972, no auge da ditadura militar, em alusão às viagens de trem (inclusive) que fez em sua infância e adolescência, na Bahia, e em alusão ao “trem da vida”.

Gil é um cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor cultural e político brasileiro, vencedor de prêmios Grammy, homenageado pelo governo francês com a Ordem Nacional do Mérito (1997). Em 1999, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela UNESCO. Gil foi também embaixador da ONU para agricultura e alimentação e ministro da Cultura do Brasil (2003–2008). Por outro enfoque, Gil é um senhor de 77 anos, preto, artista, nordestino, que colocou, numa de suas músicas, a seguinte frase: “minha porção mulher, que até então se resguardara, é a porção melhor que trago em mim agora” e que, poucos sabem, residiu em Campinas em 1964.

Campinas é uma cidade conhecida como um reduto da comunidade homossexual brasileira e um polo tecnológico mundialmente reconhecido, onde homens da ciência, mestres e doutores renomados circulam pelas ruas em meio à “gente de bem”, terraplanistas e assassinos de travestis (ou, simplesmente, assassinos).

Gil é um cara que soube viver a sua vida! Mas poderia não ter sido assim: negros, nordestinos e artistas são vítimas de injustiças, preconceito e ódio no Brasil, e morrem mais fácil e brutalmente do que brancos medianos, conservadores e inexpressivos.

Apesar de seu brilhantismo e de uma carreira toda voltada ao pacifismo, conheço quem odeie profundamente o Gilberto Gil; por sua cor, por sua origem, por sua profissão e, principalmente, por seu sucesso. Isso reflete a idade das trevas em que ainda vivemos.

Se os tempos são tristes e sombrios, esse texto não quer ser.

Por mais que haja assassinos à solta, por mais que haja racismo, exploração, injustiça e miséria, diferente do que os detentores dos meios de comunicação querem fazer parecer, nós já vivemos tempos piores e estamos em franca evolução.

Em nossos 519 anos de história, vivemos 388 anos em que a escravidão era a lei. A lei brasileira só deixou de permitir (na teoria) que negros fossem comercializados como porcos há 131 anos. Ah, e como a decisão de tratar negros como gente foi polêmica e difícil de engolir! Como houve resistência da gente “de bem” em aceitar aquelas criaturas circulando pelas ruas como se fossem pessoas! Como, até ontem, em nossos almoços de família tradicional brasileira, contávamos “piadinhas” ofensivas sobre essa gente como se ainda fossem escravos, como se não tivessem sentimentos! E como já oprimíamos os gays e as mulheres naqueles tempos! Como esses excluídos e injustiçados continuam oprimidos até hoje!

Dá pra imaginar que a Lei Áurea foi assinada apenas 55 anos antes do nascimento de Gilberto Gil? Ah, como ele resistiu!

O hoje só vira amanhã quando aprendemos o ontem.

Esse troço de lei é complicado: assim como no caso da escravidão, a lei do uso do cinto de segurança era antiga, mas não era aplicada; e só passou a salvar vidas quando virou hábito. Foi preciso punir (com multas) quem não respeitasse a lei. As leis contra a escravidão e o racismo já existem, mas é como se não existissem.

Antes da lei e antes das multas, as pessoas conscientes já usavam o cinto de segurança, pois entendiam que sua importância era vital.

Só luta contra a desigualdade social quem é consciente de suas terríveis consequências. Se as leis contra o racismo e em defesa das minorias fossem cumpridas, aos moldes da lei do cinto de segurança, o sistema judiciário brasileiro deveria ser o primeiro a pagar uma multa astronômica, com efeito retroativo ao dano histórico irreparavelmente encravado no seio da sociedade brasileira.

Como nos tempos da escravidão, juízes brancos seguem infligindo penas à população negra, com a prepotência de quem se vê como “raça superior”; e hoje temos meio milhão de negros nos presídios brasileiros. São 500 mil famílias destruídas, não pela “gayzice”, não pelas artes, não pelos comunistas, não pelas mães solteiras, não pelas feministas, não pela gente sem deus que não vai ao culto, mas por empresários e políticos brancos que pagam a puta da justiça brasileira, com STF e com tudo.

Obrigado, Gilberto Gil (também preso em 1969, pela ditadura) por ter conseguido sobreviver às “instituições” brasileiras e manter-se livre!

Não bastou uma lei para que o hábito social de discriminar os negros chegasse ao fim, é preciso uma população consciente, mas, pelo menos, a escravidão já não é lei; e nosso Estado, apesar de arcaico, cedeu ao clamor da vida e daqueles que sempre lutaram pela vida; e evoluiu.

A população indignada com “a maior crise de nossa História”, gerada pela “maior quadrilha criminosa de nossa História”, responsável pelo “maior escândalo de corrupção de nossa História”, representa, sem dúvidas, o maior contingente de brasileiros manipulados pela elite branca de nossa História.

Já fomos muito mais violentos e ignorantes, já fomos muito mais explorados por empresários e políticos, que já nos afanaram de forma muito mais volumosa, descarada e predatória!

Nossa gente “de bem” indignada, descendente de grileiros, jagunços, prostitutas, padres, traficantes, assassinos, políticos, juízes, médicos, pastores e golpistas de todos os tipos, precisa recorrer à História pra lembrar-se de que é gente e é imperfeita. O povo brasileiro, descendente de índios, negros, alemães, portugueses, árabes, espanhóis, italianos etc.; esse povo, descendente do estupro, do crime e da brutalidade, precisa abandonar a hipocrisia e se apegar à sua verdade histórica!

Meus leitores, eu, a classe média estudada, bem morada e bem alimentada, não somos, tradicionalmente, o principal alvo da violência e da injustiça no Brasil, mas a ocasião é a mais propícia para que nos coloquemos na pele daqueles que jamais tiveram voz, dos que jamais tiveram justiça, dos famintos, dos negros, dos desempregados e das(os) estupradas(os) impunemente e que ainda levam a culpa.

Notam, agora, que nós também não temos direito à justiça? Notam que nenhuma instituição nos representa? Notam que a culpa, agora, também é nossa? Quem mandou a gente aprontar, não é? Quem mandou a gente defender “bandido”, justiça social, preto, pobre, mulher, índio, LGBTs etc.?

É o momento de nos colocarmos na pele dessas minorias, minorias só em termos representativos, secularmente oprimidas, que jamais foram bem representadas, mas que nunca tiveram um governante e um Estado que as representasse tão mal quanto nos dias de hoje.

Colocamo-nos na pele dessa gente? Essa gente, agora e pra sempre, somos nós! Este é o primeiro passo para entendermos que somos capazes de resistir. Eles resistiram e resistem à discriminação e à exclusão social! Eles vivem vidas de injustiças e privações desde sempre!

Estamos vivos! Devemos lutar e resistir, sem o pensamento equivocado de que “eles resistem de lá, no gueto, na favela, no sertão, no presídio; que nós resistimos aqui, atrás da tela, no ar condicionado”. Nós somos eles, literalmente. Nós somos um só o povo mal representado! É nossa obrigação incluir os excluídos, abraçar e acolher a todos! Erramos ao não ver que, mais do que dependermos deles, nós somos eles, os excluídos da justiça e os oprimidos, desde sempre, pelos mesmos opressores.  

Que a luta consiga abrir alguns olhos e que o tempo nos restitua a graça!