A Bolívia, que não tem grandes reservas de petróleo, está há quase 11 anos sem embaixador do Estados Unidos. Nesse período viveu uma década com estabilidade política.

Em 10 de setembro de 2008, o presidente Evo Morales ordenou a expulsão do então embaixador dos EUA, Philip Goldberg. Desde então, a Bolívia e os Estados Unidos não têm relações diplomáticas em nível de embaixadores porque a Casa Branca também expulsou o embaixador da Bolívia, Gustavo Guzmán.

(foto sebastian baryli cc)

A expulsão ocorreu após protestos violentos ocorridos durante os meses de agosto e setembro daquele ano nas regiões de maioria oposicionista. O governo da Bolívia percebeu que estava diante de um eminente golpe de Estado ou até mesmo do assassinato do presidente Evo Morales.

Após meses de profunda crise política e social, a tentativa de golpe falhou em razão do apoio majoritário da população ao governo e da cooperação de vários estados vizinhos que emitiram uma declaração de apoio ao governo constitucional da Bolívia.

Na época, o presidente boliviano afirmou que o chefe da missão diplomática dos EUA havia conspirado com líderes da oposição regional para desestabilizar seu governo e que ele estava buscando dividir territorialmente o país.

Para se manter com estabilidade, no entanto o governo de Evo Morales procurou fechar todas as brechas possíveis de instabilidade a partir dos Estados Unidos. Já em 2007, um ano antes da expulsão do embaixador, passou a exigir o visto de todos os cidadãos americanos que entram no país. Além disso, cancelou vários acordos de ajuda por meio de organizações sociais dos Estados unidos, principalmente nas regiões em que houve os protestos.

O presidente Evo Morales, no ano passado, comemorou 10 anos sem instabilidade, de acordo com ele, incentivadas pelos Estados Unidos. “Com a unidade do povo, somos agora um país soberano e estamos melhor economicamente “, escreveu em rede social.

A expulsão dos embaixadores parecem mesmo ter feito bem. Os dois países mantém relações estritamente comerciais, com uma balança comercial equilibrada entre importação e exportações.