O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, confirmou que vai destituir o atual presidente do Coaf, Antônio Carlos Ferreira de Sousa (foto). O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) existe há 20 anos e já produziu quase 40 mil relatórios apontando operações suspeitas que mereciam investigação de autoridades e foi importante na investigação da Lava Jato, comandada pelo próprio Sérgio Moro.
No entanto, nas últimas semanas um relatório do Coaf revelou movimentações atípicas relacionadas à família do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL).
O documento apontou transações de R$ 1,2 milhão em um ano na conta de um ex-motorista (Fabrício Queiroz) do gabinete de deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro.
A conta recebeu depósito de nove servidores do parlamentar e repassou R$ 24 mil por meio de cheque para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Uma assessora do próprio Jair Bolsonaro, que foi exonerada recentemente, também fez depósitos na conta de Fabrício Queiroz. Ela depositava 99% do próprio salário.
O mesmo relatório identificou operações atípicas de auxiliares de outros 20 deputados da Alerj, de 11 partidos, entre eles DEM, MDB, PSDB e PT.
Sérgio Mor quer apresentar rapidamente ao Congresso um projeto de lei para transferir o Coaf para a sua pasta e apontou o nome do auditor fiscal Roberto Leonel como seu indicado para presidir o órgão. Leonel é coordenador da área de investigação da Receita Federal no Paraná. (Com informações da BBC e IstoÉ)