(imagem: geralt cc)

.Por Sandro Ari Andrade de Miranda.

Duro é conviver com o amor que não se revela.

Escondido no silêncio? Talvez. Ou quem sabe na traição do tempo.

Este mesmo tempo que controla nossos atos com rigor medíocre,

nos limita e impede de avançar para novos mundos.

Querer viver é superar o tempo e não aceitar suas imposições.

Tristes são aqueles que se calam aos seus rigores.

Não somo máquinas, nossa eficiência é uma invenção lúdica,

é um grilhão que derruba anseios e emoções.

Nascemos com a liberdade de escolher caminhos.

Por que, então, decidir pela prisão?

Qual é a virtude que se aprende com sofrimento desnecessário?

Quais são as palavras ocultas entre as paredes?

O amor, este sentimento profano, só floresce quando livre.

Não conquistamos, não dominamos, nem fabricamos sentimentos.

Estes nascem como sementes jogadas ao vento,

regadas pela incerteza das chuvas e do orvalho.

O amor verdadeiro, portanto, não é lógico, jamais seria.

A sua essência é a incerteza e a sua grandeza está em vivenciá-lo.

Não esperem que a mecânica das horas defina os seus rumos.

O amor, a paixão, o desejo, são incontroláveis, explodem pelos poros.

Podemos nos esforçar e viver em vidas controladas

e nos apequenarmos como indivíduos sem sentimentos, talvez por medo.

Será apenas uma ilusão, porque a luz das emoções encontrará uma brecha

e como uma vaga poderosa romperá até as barreiras do tempo…