As imagens de corpos em movimento alimentam e realimentam a poética da artista visual e fotógrafa Juliana Engler. O aprofundamento desta pesquisa se mostra em “Recorpo e Reluz”, exposição que pode ser vista até o dia 31 de janeiro de 2019 no Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas.

(Foto: Arquivo PMC)

Na exposição, fica clara a maneira como suas pesquisas se intensificam. Em sua mostra anterior, “ritmos”, neste mesmo espaço, a poética do corpo na fotografia já se fez presente, bem como as pesquisas sobre suportes que criam uma nova significação da imagem.

O que era sutil, agora se acentua – a transparência e o posicionamento da imagem buscam as sombras e a tridimensionalidade. As imagens de expressões corporais são capturadas tanto em momentos extraídos de manifestações populares como candomblé, jongo, congada e festa junina quanto em gestos da dança contemporânea. Elas são impressas em adesivos transparentes colados sobre vidros, que são montados em estruturas de madeira de forma e tamanho variados, instalados em cantos, em mesas, no chão. O suporte desloca o olhar e duplica a imagem.

De forma tautológica, para intensificar ainda mais a experiência, a artista cria caleidoscópios e disponibiliza lanternas ao espectador, que quando direcionadas e movimentadas frente às imagens, provocam projeção, distorção, reflexo.

Esse jogo entre a imagem, o suporte-objeto e uma nova fonte de luz recria os movimentos e os corpos. Incide luz sobre luz, reluz. Refaz a dança, numa redança. E dá ao espectador um papel ativo e participativo em seu contato com a obra, proporcionando um encantamento pela sombra das imagens e pelo movimento dos corpos na reincidência da luz. Permite que cada um de nós tenha a possibilidade de ver e fazer reaparecer uma coisa diferente.

Este projeto foi contemplado pelo FICC – Fundo de Investimentos Culturais de Campinas, pertencente à Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal de Campinas.

A entrada é gratuita. (Carta Campinas com informações de divulgação)