A Mostra CineTrabalho (Brazilian International Labour Film Festival – BILFF) acontece nos próximos dias 21 e 22 de novembro no Espaço Cultural Casa do Lago, na Unicamp.

You’re welcome, Rebecca Panian

O tema da Mostra será “Migração e Refúgio” e a programação terá exibições e debates.

O evento é uma pré-atividade do II Fórum Internacional Fontié Ki Kwaze – Fronteiras Cruzadas: (I)mobilidades globais e diásporas contemporâneas e uma atividade de extensão universitária da UNESP – Universidade Estadual Paulista. O evento mescla as características de um festival de cinema com a disciplina das ciências sociais para oferecer conhecimento e uma visão crítica sobre o mundo do trabalho.

Veja abaixo mais detalhes de toda programação:

1a. Sessão

Quarta-feira, 21 de novembro | 14h30
Abertura

Profa. Dra. Ana Carolina Maciel
Cátedra Sérgio Vieira de Mello – UNICAMP

SOLIDARIEDADE ATRAVÉS DAS FRONTEIRAS
Leo Hyde
Líbano | 2017 | Documentário | 7 minutos

Depois que os refugiados sírios fogem da guerra eles se estabelecem na comunidade de Georges, no Líbano. Ele e seu sindicato trabalham para garantir que todos tenham acesso a água potável segura e saneamento. O documentário integra a Série “One Day”, um projeto produzido pela Internacional de Serviços Públicos, que tenta capturar um dia comum na vida extraordinária de trabalhadores do serviço público.

DISTRITO ZERO
Pablo Iraburu e Jorge Fernández
Espanha | 2015 | Documentário | 67 minutos

O que se esconde dentro do telefone uma pessoa refugiada? Suas recordações, sua memória, sua identidade, contatos com o mundo do qual ela teve que fugir. Este filme narra a vida quotidiana de uma pequena oficina de conserto de celulares em um dos maiores campos de refugiados do mundo.
Mesa 1. Cidades de Refúgio

Participantes:

Profa. Dra. Mariana Fix
Instituto de Economia – UNICAMP

Profa. Dra. Ana Carolina Maciel
Cátedra Sérgio Vieira de Mello – UNICAMP

Proposta da Mesa: O que quer dizer uma cidade de refúgio? Por que essas cidades se tornam cada vez mais comuns no mundo contemporâneo? Afinal, onde se localizam os maiores efeitos das guerras e dos conflitos? O olhar sobre as barreiras e as aberturas na recepção desses refugiados pelas cidades, pelas Universidades, nos ajudará a discutir o recomeço de vida para milhões de refugiados e deslocados forçados. Será dada uma especial atenção ao drama vivido pela população síria no contexto atual.
2a. Sessão

Quarta-feira, 21 de novembro | 19h

REACT: UM FESTIVAL DE TEATRO FEITO POR REFUGIADOS
Acta Community Theatre
Reino Unido | 2018 | Documentário | 15 minutos

O documentário apresenta a experiência do Projeto Refugee Engagement and Integration through Community Theatre (2016-2018), na cidade de Bristol (Inglaterra), em parceria com o Rotterdams Wijktheater (Holanda) e o Centro per lo Sviluppo Creativo Danilo Dolci (Sicilia, Itália); um programa de teatro comunitário para os refugiados compartilharem suas histórias com as comunidades locais que os recebem. O projeto tem o apoio do Creative Europe Programme of the European Union.

YOU’RE WELCOME
Rebecca Panian
Suíça, Áustria, Alemanha | 2017 | Ficção | 9 minutos

Você deseja beber um café tranquilamente, mas acaba em uma situação em que as pessoas começam a incitar o ódio contra os refugiados – o que você faz? Enquanto espera por seu trem em uma cafeteria, uma jovem (Olivia) de repente encontra-se em uma situação em que o barista afugenta uma menina que pede esmolas na calçada e começa a fazer comentários de ódio contra os refugiados com os demais clientes. Olivia tem que decidir se simplesmente deixa o lugar, como fez um dos clientes, ou se deve agir. Baseado em uma história real.

UM PASSO SEM OS PÉS
Lydia Schamschula e Jeremy Glaholt
Alemanha | 2018 | Documentário | 45 minutos

Este não é apenas um outro filme sobre refugiados. É um documento da vibrante cultura síria em Berlim (Alemanha). Devido a estereótipos equivocados que são perpetuados pela mídia; ser rotulado de “refugiado” tende a ter conotações negativas. Essa identidade negativa geralmente os leva a se sentirem isolados. O objetivo deste filme é combater a desumanização constante que a mídia faz dos sírios solicitantes de asilo. Uma vez que você é apresentado a pessoa, face a face, você é lembrado de sua humanidade. Através de temas universais, como a música, a arte, a família e os amigos, somos reintroduzidos à nossa conexão mútua.

Mesa 2. Arte e cultura no refúgio

Participante:

Joice Domeniconi
Doutoranda em Demografia
Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó” – UNICAMP

Proposta da mesa: O que significa ser um refugiado? Quais são os seus sentimentos? Só a escuta da voz dos sujeitos envolvidos pode explicar a condição humana dos deslocamentos forçados, que tendem a aumentar no mundo atual. Só esta escuta pode desconstruir os estereótipos que contribuem para a exclusão desse grupo social e para o seu isolamento. A arte, a cultura, a música também acompanham esses deslocamentos e são trazidas, aqui, como instrumento de afirmação e ação dos refugiados.
3a. Sessão

Quinta-feira, 22 de novembro | 14h30

PARA ONDE FORAM AS FLORES?
Sin-Hong Chan
China | 2016 | Animação | 4 minutos

Um porquinho persegue seus sonhos em uma grande fábrica, mas todos os esforços parecem, na realidade, estarem perdidos.

CÚMPLICE
Heather White e Lynn Zhang
China, Estados Unidos da América | 2017 | Documentário | 89 minutos

“Cúmplice” é um filme sobre trabalhadores migrantes na China, país que produz 90% dos eletrônicos de uso pessoal de todo o mundo. Segundo dados oficiais, a cada cinco horas, um trabalhador é envenenado por produtos químicos tóxicos utilizados na fabricação desses equipamentos. Mas especialistas afirmam que o número real é muito maior. Filmado sem despertar a atenção, ao longo de três anos, o documentário “Cúmplice” segue o trabalhador migrante chinês que se tornou ativista, Yi Yeting, e outros ativistas que lutam para melhorar as condições de trabalho nas fábricas. Enquanto luta contra uma leucemia ocupacional, Yi Yeting estuda direito trabalhista por conta própria para preparar uma contestação legal contra seus antigos empregadores. Além de enfrentar funcionários corruptos, os ativistas se infiltram em fábricas que fabricam produtos para algumas das maiores marcas do mundo, como a Apple e a Samsung, para conseguirem provas de condições de trabalho perigosas.
Mesa 3. Migração, Saúde, Trabalho

Participantes:

Prof. Dr. Ricardo Antunes
Departamento de Sociologia, IFCH-UNICAMP

Mariana Shinohara Roncato
Doutoranda em Sociologia, IFCH-UNICAMP

Proposta da mesa: Qual é a relação entre a indústria de eletrônicos na China com as migrações internas? Hoje, os celulares e os eletrônicos não são apenas acessórios, mas parte integrante do corpo, da mente e da vida das pessoas. O trabalho migrante implicado nesses aparelhos tem muito a nos dizer sobre as dimensões ocultas dessa produção, seus efeitos para a saúde das pessoas implicadas e para a sociedade em geral.

4a. Sessão

Quinta-feira, 22 de novembro | 19h

MONICA
Dimitris Argyriou
Alemanha, Grécia | 2016 | Ficção | 5 minutos

Monica queria ser cabeleireira quando era jovem. As coisas deram errado… e esta é a sua história. (Baseado em uma entrevista real com uma vítima do tráfico de mulheres).

M.A.M.O.N. (MONITOR AGAINST MEXICANS OVER NATIONWIDE)
Alejandro Damiani
Uruguai, México | 2016 | Animação | 5 minutos

Enquanto Trump é submetido a uma cirurgia, um portal se abre para uma outra realidade. Os latinos residentes nos Estados Unidos se veem transportados ao deserto na fronteira, dividido por um muro. Ali se desenvolve uma batalha épica entre um robô mecha, controlado por Trump, e vários mexicanos estereotipados.

LIMPADORES
Fernando Gonzáles Mitjáns
Reino Unido | 2015 | Documentário | 40 minutos

“Limpadores” apresenta o quotidiano e lutas de trabalhadores migrantes invisíveis, em algumas das mais prestigiadas universidades de Londres, e o seu trabalho de providenciar que escritórios e salas de aula estejam limpas e arrumadas antes que professores e estudantes cheguem para as aulas do período da manhã.
Mesa 4. Mulheres em migração, trabalho imigrante nas Universidades

Participante:

Daniel Perseguim
Mestrando da ECA-USP
Representante do Fórum Fontié Ki Kwase – Fronteiras Cruzadas

Proposta da mesa: Qual trabalho é reservado às mulheres imigrantes no mundo atual? O que elas têm a dizer sobre esse trabalho e como se organizam? Valorizamos a troca de saberes e resistências dos trabalhadores imigrantes no nosso meio de trabalho. A educação, a arte e a tecnologia são aqui mobilizadas para compreender como é possível atuar de forma colaborativa com os imigrantes.

Inscrições e Certificados
O evento é gratuito e será conferido certificado de participação.
As inscrições poderão ser feitas no início de cada sessão.

Local:

Espaço Cultural Casa do Lago
(Sala de Cinema)

UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
Av. Érico Veríssimo, 1011 – Cidade Universitária Zeferino Vaz
Barão Geraldo, Campinas-SP
13083-851

Comissão Organizadora:
Patricia Villen
Mariana Shinohara Roncato
Gabriel Cyrilo