A eleição de Jair Bolsonaro e o aumento de casos de assédio por parte de alunos e pais de alunos extremistas contra professoes fizeram com que a Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp) abrisse um canal para que os professores possam ter apoio para se defender.

Em caso de assédio por parte de alunos, pais ou da escola, o professor deve entrar em contato com a Federação (11-5082-5357 ou [email protected], confidencialidade preservada) ou procurar o Sindicato de sua região.

A Federação dos Professores do Estado de São Paulo também protestou publicamente contra o clima de chantagens e ameaças à atividade docente em sala de aula. “A extrema-direita, após os resultados das eleições de domingo (28/10), busca reeditar velhas práticas de intimidação, conclamando alunos a gravar o que seus mestres falam em sala de aula e a denunciarem supostas ‘doutrinações ideológicas’. A ideia é impor barreiras à liberdade de expressão e opinião e à liberdade de cátedra”, informou em nota.

Segundo a entidade, a prática não é nova. Ela é inspirada em ditaduras e regimes fascistas, que sempre buscaram enquadrar discordâncias e eliminar vozes críticas. “Repelimos a censura na Educação. Conclamamos os professores que se sentirem atingidos a não resistir em silêncio: entre em contato com a Federação (11-5082-5357 ou [email protected], confidencialidade preservada) ou procure o Sindicato de sua região em busca de orientações e apoio político e jurídico”, informou.

Em reunião na tarde desta quarta-feira, 31/10, na Procuradoria Geral do Ministério Público do Trabalho de São Paulo, a Fepesp também discutiu as formas de ação cabíveis quanto à proteção de professoras e professores em caso de assédio e perseguição em sala de aula quanto ao conteúdo e forma das aulas ministradas.

A procuradora do Trabalho Alline Pedrosa Delena comprometeu-se a encaminhar o teor da discussão à Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade), sugeriu denúncia ao Ministério Público Federal para investigar questões que extrapolem as relações de trabalho.

“Essa é uma preocupação legítima, e a Federação pode impor ação civil publica a respeito”, disse a procuradora Delena na reunião. Entre as razões que impedem o professor de ser filmado em sala de aula, como sugerido por partidários do movimento autointitulado ‘escola sem partido’ e pelo próprio presidente eleito em vídeo que circula pelas redes sociais, a procuradora Delena lembrou a necessidade de preservação de ‘preservação de direito intelectual da aula produzida’ e apresentada pelo professor.(Com informações de divulgação)