Os fortes indícios de enriquecimento ilícito do candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) estavam amplamente documentadas em cartórios de registro civil e também dentro do próprio Poder Judiciário.

Mesmo assim, o Ministério Público foi incapaz de fazer qualquer investigação. Diferentemente de outro candidato que foi condenado por “fato indeterminado”, no caso de Bolsonaro parece haver provas robustas em quantidade e qualidade.

Bastou um repórter da do jornal Folha de S. Paulo, ter acesso, em cartórios, ao registro de casas e apartamentos adquiridos pelo presidenciável e deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e seus três filhos, Flávio, Carlos e Eduardo – todos políticos – e descobriu que a família possui 13 imóveis com preço de mercado de, pelo menos, R$ 15 milhões.  Mais que todos os imóveis, os bens registrados pela família incluem carros de até R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em total de R$ 1,7 milhão.

Somente os regularizados já indicavam enriquecimento ilícito, segundo revelou o jornal. Mas o que estava por vir era uma lista de imóveis ocultos, ou seja, eram de Bolsonaro, mas não estavam no nome dele. Todos os imóveis e os bens de Bolsonaro constam de um processo que está guardado dentro do Poder Judiciário e movido por sua ex-mulher, Ana Cristina Valle.

Na disputa judicial, a ex-mulher revelou uma lista de bens na época que gerava uma diferença de R$ 3,5 milhões em relação ao patrimônio declarado de Bolsonaro. Ou seja, tudo estava documentado na 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em um processo de 500 páginas.