De 23 a 30 de setembro, acontece no Barracão Teatro, em Barão Geraldo, a Mostra Unificada de Música Autoral Independente – MUMAI.

MUMAI é uma iniciativa, um movimento, uma ideologia capaz de desvelar como a união de autores, desejosos de mostrar sua música, rompe barreiras do denso véu mercadológico e tradicional individualismo competitivo. MUMAI é a força coletiva auto suficiente.

Essa Mostra é dos que partilham a sede de criar, para os que compartilham a fome de arte genuína.

Neste primeiro cardápio cultural, a mostra oferece ao público quatro pratos diversificados, lembrando que os paladares, além de ímpares, são carregados na personalidade. A dica ao público é degustar um pouco de cada – “essa é a maneira mais eficaz de alcançar o esplendor de uma verdadeira explosão de sabores”, anotam os organizadores do evento, do grupo Capitães D’Areia.

A distribuição de senhas acontece uma hora (1h) antes do início de cada espetáculo. Espaço sujeito à lotação. Os ingressos são no chapéu. Haverá venda de comes e bebes, CDs e souvenirs na entrada.

MUMAI 1º edição

Shows:

23/09, 20h – Cabeça de Nego (Du Kiddy Artivista)
“Racistas não passaram! Fogo nos racistas!” – Du Kiddy Artivista

O Show Cabeça de Nego narra as lutas diárias de um preto periférico – artivista militante antirracista – num espaço embranquecido, onde o racismo estrutural é uma constante, e as violências passam desapercebidas pelos brancos e toda a estrutura racista assassina de pretos e pretas da nossa sociedade de mente colonizada.
Du Kiddy Artivista vem te tirar do seu conforto privilegiado conquistado a base de sequestro, surras, chibatadas, espoliação e opressão!

29/09, 21h – Noite no Cais (Grupo Capitães D’Areia)
“A gente procura ter o mesmo conteúdo crítico de Jorge Amado dentro da nossa obra, sem perder a poesia” – Pedro Barsalini.

Inspirado no romance de Jorge Amado, Noite no Cais traduz o universo dos ‘Capitães da Areia’ em música e poesia, instaurando a atmosfera de Salvador do início do século XX, todos os problemas sociais que estão inseridos na história, toda a carga emocional das personagens em cena, toda a brasilidade, toda a força da dança e música de religiosidades afro-brasileiras. Noite no Cais é um espetáculo que, além de oferecer uma releitura das aventuras vividas pelos meninos abandonados, proporciona uma incursão ao universo da canção brasileira, do samba de roda, do samba de viola, dos ijexás e dos toques de terreiro.

Permeadas por textos, poemas e encenações, as músicas do show convidam o espectador a revisitar à literatura brasileira, especificamente a de Jorge Amado, escritor baiano sempre muito ligado às questões políticas e sociais que construíram, modelaram e ainda permanecem na história de nosso país. Este musical leva como temas principais a vulnerabilidade infantil e a intolerância religiosa contra o Candomblé e a Umbanda, além do racismo institucionalizado que ataca e condena a cultura, a música, a dança, as roupas, a linguagem e a vida da nossa herança negra africana.

30/09, 20h – Entremeios (Matheus Crippa)
“Acredito que o show e o EP sejam a maneira mais autêntica de expressar minha paixão e fascínio àquilo que tenho me entregado desde os 15 anos de idade: a cultura popular
brasileira” – Matheus Crippa.

O projeto Entremeios é a fusão de três elementos: o cancioneiro Matheus Crippa, a experiência de um trio de percussionistas e o trio Retrato Brasileiro. Crippa executa a “voz e o violão”, e como compositor, suas canções estão fundamentadas na cultura popular afro-brasileira, nas temáticas da mística das tradições populares e do cotidiano do povo de nosso país. O trio de percussionistas (Cris Monteiro, Diogo Nazareth e Manu Percussão) tem suas pesquisas na área dos toques sagrados das religiões de matrizes africanas e nas manifestações populares do Brasil. O
último elemento dessa mistura é o trio Retrato Brasileiro, que pesquisa a música instrumental e transita entre os campos erudito e popular.

O espetáculo nasceu em 2017, contemplado pelo edital “Aluno Artista” da UNICAMP. A pesquisa financiada pelo projeto viabilizou a criação do show completamente autoral e a gravação do EP digital “Entremeios”, que registra uma parte da pesquisa realizada pelos músicos envolvidos no projeto.

Mais informações no evento criado no Facebook. (Carta Campinas com informações de divulgação)