Em São Paulo – De 28 de setembro a 14 de outubro, a Armazém Companhia de Teatro apresenta no Centro Cultural São Paulo a versão cênica de Paulo de Moraes para uma das principais obras de William Shakespeare: Hamlet.

Acostumada a processos que resultam na criação de uma dramaturgia própria, a Armazém Companhia de Teatro se volta agora para um outro tipo de processo, onde o que mais interessa é o seu posicionamento sobre a narrativa. Partindo da obra fundamental de Shakespeare, a ideia geral da companhia é encontrar um Hamlet do nosso tempo. Um Hamlet cheio de som e fúria. Não numa atualidade forçada, mas ressaltando aspectos da obra que dialogam com esse coquetel de conflitos contemporâneos que vemos todos os dias jorrando nas grandes cidades do mundo.

A Armazém Companhia de Teatro completou 30 anos de existência no final de 2017, travando um complexo diálogo criativo com um dos melhores materiais dramatúrgicos da história. Hamlet é o príncipe da Dinamarca. Apenas um mês separa a morte repentina e inexplicável de seu pai e o novo casamento de sua mãe. O príncipe tem visões de seu pai, que afirma que foi envenenado pelo irmão, e exige que Hamlet se vingue e mate o novo Rei (seu tio e padrasto). Hamlet se finge de louco para esconder seus planos, e vai perdendo o controle sobre sua própria realidade no meio deste processo. Ou seja, a invenção teatral do século XVI de um príncipe que fingia loucura e o espírito inflamado do nosso século entraram inevitavelmente em colisão. Já não há mais fingimento. A loucura de Hamlet tornou-se a loucura do mundo.

A história de Hamlet é a história da destruição de uma ordem estabelecida. Shakespeare representa a corte real dinamarquesa mergulhada em corrupção. Assassinato, traição, manipulação e sexualidade são as armas usadas na guerra para preservar o poder. No centro dessa história está Hamlet, um homem desesperadamente preocupado com a natureza da verdade, um homem notável que quer ser mais verdadeiro do que, provavelmente, é possível ser. E que exige do resto do mundo que sejam todos verdadeiros com ele. Mas é possível conhecer a si mesmo integralmente? É possível conhecer integralmente as pessoas a seu redor? Hamlet se fragmenta, nossa época o faz assim, um sujeito destrutivo, atormentado e letal.

“É importante tratar Shakespeare como se ele fosse um genial dramaturgo recém-descoberto com algumas coisas urgentes a dizer sobre a guerra, sobre a loucura do mundo e sobre nossos líderes políticos modernos”, comenta Paulo de Moraes que escreveu o roteiro das cenas antes de Maurício Arruda Mendonça fazer a tradução. “Maurício conseguiu uma poesia sem pompa, que comunica sem perder a beleza. E é grande mérito dos atores que essa poesia chegue rasgando, ela é língua, ela é corpo, ela é carne”, conclui o diretor.

Em cena, sete atores dão vida aos personagens de Shakespeare: Patrícia Selonk (Hamlet), Ricardo Martins (Claudius), Marcos Martins (Polonius), Lisa Eiras (Ofélia), Jopa Moraes (Laertes), Isabel Pacheco (Gertrudes) e Luiz Felipe Leprevost (Horácio). Em participação em vídeo, Adriano Garib é o Espectro. Iluminação de Maneco Quinderé, cenografia de Carla Berri e Paulo de Moraes, figurinos de João Marcelino e Carol Lobato e música de Ricco Viana.

A Armazém Companhia de Teatro foi formada em 1987, em Londrina, em meio à efervescência cultural vivida pela cidade paranaense na década de 80 – de onde saíram nomes importantes no teatro, na música e na poesia. Liderados pelo diretor Paulo de Moraes, o senso de ousadia daqueles jovens buscando seu lugar no palco impregnaria para sempre os passos do grupo: a necessidade de selar um jogo com o seu espectador, a imersão num mundo paralelo, recriado sobretudo pela ação do corpo, da palavra, do tempo e do espaço. (Carta Campinas com informações de divulgação)

Ficha técnica
HAMLET
Da obra de William Shakespeare
Montagem da Armazém Companhia de Teatro
Direção e Roteiro: Paulo de Moraes
Tradução: Maurício Arruda Mendonça
Elenco: Patrícia Selonk (Hamlet), Ricardo Martins (Claudius), Marcos Martins (Polonius), Lisa Eiras (Ofélia), Jopa Moraes (Laertes), Isabel Pacheco (Gertrudes) e Luiz Felipe Leprevost (Horácio)
Participação em Vídeo: Adriano Garib (Espectro)
Cenografia: Carla Berri e Paulo de Moraes
Iluminação: Maneco Quinderé
Figurinos: João Marcelino e Carol Lobato
Música: Ricco Viana
Preparação Corporal: Patrícia Selonk
Coreografias: Toni Rodrigues
Preparador de Esgrima: Rodrigo Fontes
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotografias e Vídeos: João Gabriel Monteiro
Programação Visual: João Gabriel Monteiro e Jopa Moraes
Técnico de Palco: Regivaldo Moraes
Assistente de Produção: William Souza
Produção Executiva: Flávia Menezes
Produção: Armazém Companhia de Teatro
Patrocínio: Petrobras

HAMLET
Da obra de William Shakespeare
Montagem da Armazém Companhia de Teatro
Direção: Paulo de Moraes
Tradução: Maurício Arruda Mendonça
Elenco: Patrícia Selonk, Ricardo Martins, Marcos Martins, Lisa Eiras, Jopa Moraes, Isabel Pacheco e Luiz Felipe Leprevost
Local: Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho
Endereço: Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso, São Paulo
Informações: 11 3397-4002
Temporada: 28 de setembro a 14 de outubro de 2018.
1a semana: Dias 28, 29 e 30 de setembro. Sexta e sábado, às 21h, domingo, às 20h.
2a semana: De 2 a 6 de outubro. Terça a quinta, às 20h, sexta e sábado, às 21h. (não haverá apresentação do domingo, 7 de outubro)
3a semana: De 9 a 14 de outubro. Terça a quinta, às 20h, sexta e sábado, às 21h e domingo, às 20h.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)
– desconto de 50% no valor inteiro na compra de até 2 ingressos para a força de trabalho e clientes do Cartão Petrobras
Capacidade de público: 321 lugares
Duração: 140 minutos (incluindo 10 minutos de intervalo)
Classificação: 14 anos
Drama