Milhares de pessoas que participam dos movimentos sociais do campo e das cidades, da juventude, partidos políticos, além de simpatizantes não engajados, caminharam pelo Eixo Monumental de Brasília até a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira (15) para o registro da candidatura coletiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um terceiro mandato presidencial.

Além da diversidade entre os participantes, de diversas idades e regiões do país, outra marca foi o clima pacífico, – uma resposta prática ao gesto do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, de autorizando o emprego da Força Nacional durante as manifestações.

“Nunca antes na história desse país alguém conseguiu reunir tanta gente para o registro da sua candidatura”, afirmou o funcionário da Receita Federal Fernando Neves, de 55 anos, que veio de Pernambuco para participar das mobilizações pelo registro da candidatura do ex-presidente Lula. Segundo ele, o que move a maioria dos manifestantes é a luta contra a injustiça.

“É uma forma de resposta em relação a esse tipo de injustiça que estão fazendo. A população está dando uma resposta necessária e firme. É principalmente pela injustiça que esse povo está aqui. A gente se desloca até onde a gente puder ir para lutar contra isso”, afirmou Neves, que destacou também o impacto das políticas sociais do governo Lula, em especial na região nordeste, que contribuíram para a redução da fome e da miséria.

A pesquisadora social Lígia Albuquerque, de 62 anos, que também veio de Recife para Brasília, diz que há décadas desenvolve trabalhos na região Nordeste, e pôde testemunhar as mudanças vivenciadas pela população durantes os governos petistas. “O povo vivia na miséria, passando fome. Depois das políticas adotadas nos governos do PT, melhorou sensivelmente a vida dessas pessoas, que nunca pensaram em ter um liquidificar em casa. Não pensavam em ter água dentro de casa, não pensavam em fazer uma viagem de avião, ter um celular ou uma televisão. Eram coisas que só para os ricos.”

Ela diz que agora, durante o governo Temer, fenômenos como a fome, o desemprego e a migração para outras regiões voltaram a assolar a região. “É uma região carente, mas com uma cultura tão rica, e que tem tanto a oferecer ao Brasil, não podemos desperdiçar esse potencial. Esse pessoal vem correndo para São Paulo para arranjar emprego, para depois o paulista dizer que tudo que dá errado na política é culpa dos nordestinos. Faça-me o favor…” Segundo a pesquisadora, em toda a região se referem a Lula como “o pai”, “grande presidente” e “homem que livrou o nordeste da miséria”.

O funcionário aposentado do Banco Central Ronaldo Couto afirmou que ele e os amigos pernambucanos vieram especialmente para a manifestação. “Lula vale a luta. É um guerreiro do povo, um presidente que tratou o pobre com dignidade. Foi o melhor presidente do Brasil, com programas sociais e investimentos.” (Da RBA)