O Projeto “Consultório na Rua: relatos de experiência”, realizado pelo curso de graduação em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, permite que os alunos participem do atendimento da equipe médica Consultório na Rua, projeto do Sistema Único de Saúde (SUS) em parceria com a Prefeitura de Campinas.

A equipe do Consultório na Rua atende cerca de 500 pacientes por mês em situação de rua e já tem mais de 2.500 prontuários de atendimentos registrados. Os atendimentos ocorrem de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas, com busca ativa de pacientes em situações de risco no Largo do Pará, Mercado Municipal, Samim (Albergue municipal de Campinas) e na região da Catedral. Ou seja, a equipe vai até os pacientes para saber se estão bem de saúde e se precisam de atendimento médico.

Karina Diniz Oliveira

Na Catedral, os alunos do projeto realizam atendimentos clínicos e curativos; auxiliam a equipe de redução de danos na busca ativa de usuários e, quando necessário, encaminham os pacientes para os serviços de saúde e os acompanham até o serviço de urgência e emergência.

“O principal objetivo do trabalho da equipe de consultório na rua é a construção do vínculo com o usuário e, a partir disso, a elaboração da rede de cuidado integral a ele. Para os alunos, inicialmente, é uma surpresa o fato de usuários e equipe já se conhecerem, mas no decorrer das atividades eles percebem que isso é muito natural”, explica a professora do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da FCM, Karina Diniz de Oliveira.

Para a Faculdade de Ciências Médicas, o objetivo do projeto é registrar o impacto desta atividade na formação dos alunos do 5º ano e o papel dos estudantes na dinâmica do cuidado na visão do paciente em situação de rua.

A ação ocorre em parceria com a equipe multidisciplinar do Consultório na Rua, que é formada por assistente social, técnicos de saúde mental, equipe de enfermagem, médicos e redutores de dano.

O Consultório na Rua é uma experiência que surgiu no início de 1999, em Salvador, na Bahia, realizada pelo Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD), instituição criada como extensão da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O projeto foi concretizado a partir de uma parceria com a Prefeitura Municipal de Salvador. Incorporado pelo SUS em 2011, durante os governos Lula e Dilma, o projeto começou em Campinas em 2012. (Carta Campinas com informações de divulgação)