.Por Emarize Hennemann do Prado.

Heloísa em Vísceras – Adriana Zapparoli

Outra obra de Adriana Zapparoli vem a público e, não diferente das produções anteriores, carrega em si o lirismo ardente e o fazer poético tão peculiar da autora, que consegue aproximar de maneira harmônica universos tão opostos, dando-lhes uma nova conotação.

Paixão e sensualidade escorrem dos versos de Heloísa em Vísceras, cuja personagem é a expressão máxima de feminilidade. Paralelamente, em suas entrelinhas, flutua uma efusão de elementos fisiológicos, aparentemente abjetos, mas perfeitamente naturais à atmosfera surrealista em que está inserida a composição.

No mundo de Heloísa, personagem principal, desejo e sedução ultrapassam as fronteiras físicas e o senso comum para unirem-se ao biológico, ao grotesco, ao escatológico e ao necrológico, criando matizes menos romantizadas da paixão, e que transcendem os universos físico e mental.

Classificar Heloísa em Vísceras seria limitar a pluralidade de elementos que compõem a obra, cujo conteúdo, como o próprio título sugere, é visceral. Sua leitura é um convite a mergulhar em uma atmosfera desconhecida e, ao mesmo tempo, catártica e verossímil.

Emarize Hennemann do Prado é licenciada em Letras – Português e Espanhol pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduanda em Comunicação pela Faculdade Dom Bosco. É redatora, revisora e tradutora independente, apaixonada por literatura e pelo mundo da linguagem.


Heloisa em Vísceras foi publicada nesse mês de abril pela Leonella Ateliê, aqui no Brasil, versão português e castelhano; pela editora Carnaval Press, em versão português e inglês, em Londres na Inglaterra. Ambas foram editadas trazendo ilustração de capa do artista plástico Paulo Branco. Parte inferior do formulário