.Por Iolanda Toshie Ide.

Benetton, Bonmarché,Children’s Place, El Corte Inglés,Joe Fresh , Monsoon Accessorize, Mango, Matalan, Primark, Walmart, M. Officer, Zara

Desrespeito às normas básicas de trabalho: insalubridade, estafantes jornadas, salários exíguos, trabalho infantil … escondem o real preço das roupas dessas marcas que vendem a preços incompatíveis com a exorbitante exploração do trabalho.

A ganância de Sohel Rana é equivalente à dos donos dessas marcas.
Como em Bangladesh, no Camboja e no Paquistão, multiplicam-se as confecções. Forçada por apelos internacionais, em 2001, foi emitido pela ONU, o Better Factories Camboja (BFC) com o fim de acompanhar, mas sem ações efetivas, as condições de trabalho nas indústrias do Camboja.

Sanvar (Dakha), 23 de abril de 2013. O engenheiro condena Rana Plaza, prédio que abriga confecções onde costureiras trabalham em regime de escravidão. Para alertar, avisos foram fixados. No primeiro andar, lojas e banco não funcionaram, conforme divulgação televisiva.

24 de abril, parte das trabalhadoras se negam a entrar no prédio. Patrões ameaçam com retenção salarial equivalente a um mês de trabalho. Além das ameaças, houve até espancamentos para forçar a entrada nos locais de trabalho. A baixa sindicalização de trabalhadoras/es, não favoreceu a resistência. Faltou energia elétrica, mas motores movidos a diesel foram acionados.

08 hs 47 min: um grande estrondo. Seria bomba atômica? Assim fora em Hiroshima, no mesmo horário. Rana Plaza veio abaixo, soterrando milhares de trabalhadoras/es. Centenas de mortas/os, mais de mil feridas/os: a maioria mulheres.

Para economizar, Sohel Rana, o proprietário, mandara construir o prédio com material de baixa qualidade. A estrutura era precária, assim mesmo, mais quatro andares, que não constavam do projeto original, foram erguidos. O excesso de maquinário pesado, a constante trepidação completaram o cenário propício à tragédia anunciada.

Antes, um incêndio na fábrica Ali Enterpises (Paquistão), em 2011, foram queimadas vivas cerca de 300 trabalhadoras. Na mesma Dakha, capital de Bangladesh, uma centena de trabalhadoras morreu noutro incêndio, na fábrica Tazreen Fashion.

Desde 2013, a Marcha Mundial das Mulheres, denunciando a exploração, faz ações de solidariedade para com as que adoecem e morrem nessas confecções.