De 20 a 24 de março, acontece em Campinas a 5ª edição do Festival de Música Contemporânea Brasileira (V FMCB), que vai homenagear dois grandes nomes da música brasileira atual: Egberto Gismonti e Marisa Rezende. O Festival manterá sua estrutura inovadora unindo pesquisa à performance e oferecendo uma visão global da vida e obra dos compositores homenageados através de recitais, mesas-redondas, comunicações orais e apresentações artísticas.

A abertura do evento será realizada no Instituto CPFL e incluirá um concerto seguido de um bate-papo com os compositores homenageados.

Além disso, o festival também levará uma mostra musical ao Centro Infantil Boldrini, cujo objetivo é proporcionar um momento de lazer para os pacientes dessas instituições e seus familiares, já que a música é vista como uma das aliadas em tratamentos de saúde.

Além do concerto de abertura e bate-papo com os compositores homenageados, a programação do V FMCB também terá apresentações de trabalhos científicos, apresentações artísticas, recitais comentados pelos compositores homenageados, sessões de discussão de mesa-redonda e o concerto de encerramento com a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.

O festival também será documentado em formato audiovisual e, posteriormente, disponibilizado gratuitamente em acervos, afim da efetiva divulgação da produção musical.

O festival é inteiramente gratuito. Veja abaixo a programação completa. Mais informações também podem ser vistas no SITE do FMCB. (Carta Campinas com informações de divulgação)

MOSTRA MUSICAL BENEFICENTE NO CENTRO INFANTIL BOLDRINI
20 de março de 2018
10h00
Centro Infantil Boldrini
Atividades de musicoterapia com Junior Cadima

ABERTURA
21 de março de 2018
20h00
Instituto CPFL
Bate-papo com Egberto Gismonti e Marisa Rezende
Concerto de Abertura
Quarteto Radamés Gnattali & Convidados

HOMENAGEM A EGBERTO GISMONTI
22 de março de 2018
10h00 às 17h00: Auditório do Instituto de Artes, Unicamp
20h00: Teatro Municipal de Campinas José de Castro Mendes

Comunicações Orais

10h00: A sonoridade de Egberto Gismonti no início de sua trajetória (1969-1977)
Maria Beatriz Cyrino Moreira

10h30: Água e Vinho a velha mestra e o jovem poeta
Renato de Barros Pinto

11h00: Do ensaio ao palco: A gramática musical de Mário de Andrade em Egberto Gismonti
Renato de Sousa Porto Gilioli

11h30: Notas sobre a trajetória de Egberto Gismonti na ECM entre 1976 e 1995: interações, transculturalidade e identidade artística
Fabiano Araújo Costa

Mesa-Redonda
13h30
Estética musical e textura rítmica nas obras de Egberto Gismonti
Pesquisadores: Fausto Borém, Hemilson Garcia (Budi), Paulo Tiné

Apresentações artísticas

15h00: Egberto Gismonti para violão solo
Daniel Murray

15h30: O pensamento musical de Egberto Gismonti na obra 7 Anéis para piano
Marcelo Magalhães Pinto

16h00: O Brasil de Egberto Gismonti: peças para violão solo
Eddy Andrade da Silva

16h30: Egberto encontra Villa
Duo Gisbranco

Recital Comentado pelo compositor homenageado
20h00
Teatro Municipal de Campinas José de Castro Mendes
Egberto Gismonti & convidados
Comentários de Egberto Gismonti
Entrada Gratuita

HOMENAGEM MARISA REZENDE
23 de Março de 2018
10h00 às 17h00: Auditório do Instituto de Artes, Unicamp
20h00: Teatro Municipal de Campinas José de Castro Mendes

Comunicações Orais

10h00: Ressonâncias e Miragem em casa e myths & visions: dois recitais de piano/performances interdisciplinares
Késia Decoté

10h30: Um olhar sobre a obra Recorrências de Marisa Rezende
Flávia Vieira

11h00: A Ginga de Marisa Rezende: processos composicionais em uma de suas obras para grupo de câmara.
Potiguara C. Menezes

11h30: Mutações e contrastes em duas peças para piano de Marisa Rezende
Tadeu Moraes Taffarello

Mesa-Redonda
13h30
Discurso musical e construção sonora nas obras de Marisa Rezende
Pesquisadores: Lidia Bazarian, Marcos Vinício Nogueira, Silvio Ferraz

Apresentações artísticas

15h00: Ponderações sobre a construção interpretativa da peça Contrastes de Marisa Rezende
Tatiana Dumas Macedo

15h30: O clarinete na obra camerística de Marisa Rezende
Ensemble Ricciardi

Recital Comentado pela compositora homenageada
20h00
Teatro Municipal de Campinas José de Castro Mendes
Quinteto Pierrot & Convidados
Comentários de Marisa Rezende
Entrada Gratuita

CONCERTO DE ENCERRAMENTO
24 de Março de 2018
20h00
Teatro Municipal de Campinas José de Castro Mendes
Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Maestro Victor Hugo Toro
Participação especial: Egberto Gismonti e Marisa Rezende

Sobre os homenageados:

Nascido no Rio de Janeiro em 1947, Egberto Amin Gismonti começou seus estudos ao piano no Conservatório de Música da cidade de Nova Friburgo muito cedo. Com o tempo e de maneira autodidata, aprendeu a tocar instrumentos como a flauta, mas principalmente o violão, que o acompanha por toda a carreira. Interessou-se pela pesquisa da música popular e folclórica brasileira, chegando a passar uma temporada vivendo com os índios no Xingu.

Em 1968, viajou para Paris para estudar com os compositores Nadia Boulanger e Jean Baraqué. No Brasil participa do 3º e do 4º Festival Internacional da Canção, respectivamente com as composições O Sonho (1968) e Mercador de Serpentes (1969). Os anos 80 foi o período de maior produção e ritmo criativo, gravando diversos discos e ampliando suas experiências com a música indiana e a erudita, o jazz, além de aprofundar antigas parcerias e realizar novas.

Gravou 15 discos entre 1977 e 1993 para o selo norueguês ECM, dez dos quais lançados no Brasil pela BMG em 1995. Foi um dos primeiros artistas brasileiros a tornar-se proprietário das matrizes de seus discos. No início do século XXI diminui o lançamento de discos, mas continua em plena atividade na gravadora que funda, a Carmo.

Recentemente sua obra passou a ser gravada massivamente por outros instrumentistas. Algumas peças do disco “Alma”, de 1987, tornaram-se hits, como “Palhaço” e “Loro”. Além das atividades com gravação e espetáculos, faz inúmeras trilhas sonoras para teatro, cinema, balé e especiais de TV.

Nascida no Rio de Janeiro, Marisa Rezende é compositora e pianista, com mestrado e doutorado realizados na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e pós-doutorado na Universidade de Keele, Inglaterra. Entre 1976 e 1987, foi professora da UFPe e professora titular de Composição da EM/UFRJ até 2002, onde fundou o Grupo Música Nova.

Marisa Rezende também trabalhou com artistas plásticos em instalações multimídia e recebeu em 1999 a Bolsa Vitae de Artes para compor o espetáculo O (In)dizível. Participou de festivais nacionais e internacionais, como a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, no Rio de Janeiro; o Festival Música Nova, em São Paulo; o Sonidos de las Américas, em Nova York; o Festival Brasilianischer Musik, em Karlsruhe (Alemanha). Entre as encomendas que recebeu, ressaltam-se Vereda (2003), Avessia (2005) e Viagem ao Vento (2008). Teve obras executadas por grupos como Lontano Ensemble, de Londres; Da Capo Players, de Nova York; além da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) e Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp).

Entre 2011 e 2017 compôs Olho d´água, para conjunto de câmera, Trama, para violoncelo e orquestra de câmera, Fragmentos, para orquestra de câmera, e Ciclo, para quinteto misto, como encomendas para as XIX, XX, XXI, e XXII Bienais de Música Contemporânea Brasileira da Funarte. Em 2016, recebeu a medalha Villa-Lobos da Academia Brasileira de Música, como reconhecimento por sua obra.