O relatório Research in Brazil, disponibilizado pela Clarivate Analytics à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e divulgado no último dia 17 de janeiro, mostra que as universidades particulares não produzem absolutamente nada de conhecimento relevante no Brasil.
A produção científica no país é dependente exclusivamente das universidades públicas. Recente relatório do Banco Mundial não levou em conta essa produção. A destruição das universidades públicas no Brasil, como está acontecendo com a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), pode ser a destruição de todo o conhecimento científico que o país produz.
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O relatório traz também um ranking das universidades públicas que mais produzem conhecimento científico relevante. A Unicamp ficou em terceiro lugar, atrás apenas da USP e da Unesp. A UERJ, por sinal, é a décima universidade que mais produz conhecimento científico. (Veja quadro.) A preocupação com o investimento e qualidade da pesquisa foi relatada notícia e em boletim da ADunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp), em Campinas.
Um outro fator relevante é que os grandes empresários brasileiros não investem em pesquisa. Nas parcerias de pesquisa com empresas, a única grande empresa que investe de forma relevante em desenvolvimento tecnológico no Brasil é uma estatal, a Petrobras. Exceto o setor farmacêutico, que é o único setor apontado com investimento em ciência e tecnologia, a iniciativa privada no Brasil não produz conhecimento.
O documento traz o desempenho da pesquisa brasileira em um contexto global entre os anos 2011 e 2016. Os dados foram obtidos do InCites, plataforma baseada nos documentos (artigos, trabalhos de eventos, livros, patentes, sites e estruturas químicas, compostos e reações) indexados na base de dados multidisciplinar Web of Science – editada pela Clarivate Analytics (anteriormente produzida pela Thomson Reuters).
O relatório mostra que as as universidades públicas produzem artigos científicos altamente citados e alcançou boas taxas entre 1% dos papers mais citados do mundo. Os critérios analisados foram: a quantidade de documentos produzidos, o impacto da citação, artigos no top 1% e 10% dos mais citados do mundo, colaboração com a indústria e colaborações internacionais.
O número de citações que uma publicação de pesquisa recebe reflete o impacto que teve em pesquisas posteriores. As publicações científicas citam documentos anteriores para validar uma contribuição intelectual. Portanto, pode-se dizer que uma publicação (ou uma coleção de publicações) com uma contagem de citações mais elevada teve um impacto maior no campo de conhecimento ao qual se relacionou. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Sem desmerecer, ao contrário, concordando com o trabalho, é claro que não produz conhecimento, produz é muito lucro vendendo diplomas. Empresa privada, principalmente num país controlado pelos exploradores do povo, produz é LUCROS e desmedidos!
Estuda e paga universidade privada quem quer.
E as públicas não produzem praticamente nada no top 1. Com o orçamento de 5 bilhões da USP dá pra fazer mais.
A USP, Unicamp, Unesp, UFPR, UTFPR, UFRJ, UFSC, UFRS, UFSCar, UFF, UNB, UFMG….todas produzem mais ciência do que Harvard e MIT por dólar investido.
Sua comparação foi infeliz. Harvard e MIT fazem pesquisas de extrema relevância e qualidade. O foco no Brasil continua a ser na quantidade de artigos.
O foco do Brasil continua a ser o de colônia científica.
Enquanto existir o tal do Qualis, não defenderemos a ciência nacional e seremos escravos científicos dos países de primeiro mundo.
Os indicadores, no mundo inteiro, consideram esses dois fatores: produtividade e impacto. Se consideramos que a maior parte de nossa produção acadêmica é em PORTUGUÊS, estamos muito, muito bem.
Rafael o seu comentário é que foi infeliz. Preste atenção que o comentário acima não disse que Harvard ou MIT não produzem pesquisa de qualidade, apenas disse que as brasileiras produzem mais por cada dolar investido. Entendeu?
Interessante amigo, poderia dividir com todos aqui a sua fonte? Seria de grande utilidade.
Um abraço.
Todas produzem mais ciência, em termos quantitativos ou qualitativos?
E qual é o impacto dessas publicações? Podem produzir milhares de artigos. Se não tiver impacto, não significam nada.
Engula, Julio. Engula e se engasgue com a realidade que te incomoda, seu neoliberal ignorante. “Relatório mostra que universidade particular no Brasil não produz conhecimento”. Sabe ler?
Ignorancia é olhar para os dados e não perceber o óbvio. Que a produção científica das universidades brasileiras é fraca. Para esconder o resultado patético acusam as privadas de não produzirem ciência. É como o piloto que ficou em último lugar numa corrida debochar do que não conseguiu largar, única comemoração possível é o fracasso do outro.
Apesar do orçamento bilionário, só a USP aprovou um orçamento de 5,1 bilhões de reais. O orçamento da cidade de Campinas é de 5,7 bilhões. Uma cidade considerada rica para os padrões brasileiro, com um milhão de habitantes, que necessitam de educação, saúde, saneamento, obras e etc sobrevive com o mesmo orçamento de uma universidade com 100 mil alunos. Pelo custo deveria sim estar muito melhor.
Você desconsidera que a USP é uma instituição que presta serviços públicos de alta complexidade. Nutrição… medicina… desportes… assessoras jurídicas etc… Só para manter um hospital de alta complexidade funcionando, ainda com todos os problemas do hospital da USP, é caro! O orçamento da USP não é apenas para professores fazerem pesquisas
Júlio, o que você propõe então pra melhorar a universidade? Cortar gastos sabemos que é inútil. Se “só produzem isso” com esse dinheiro, com certeza não vão fazer mais com menos. Privatizar também sabemos que não dará certo, é um dado empírico bastante óbvio que já saberíamos antes de fazer o levantamento estatístico: as universidades particulares não produzem pesquisa. Fazer a pesquisa depender de investimentos da iniciativa privada pode ajudar em alguma parte, mas não pode resolver o problema. Isso porque não há muita vantagem em se investir em uma pesquisa que ainda esteja “engatinhando”; também não é muito viável investir em uma pesquisa com uma chance significativa de fracasso; e muito menos em investir em pesquisa de base. No entanto, se você for um acadêmico, deve estar ciente da extrema importância de se investir nessas pesquisas “não imediatamente rentáveis”. Então, o que você propõe?
ps: quando eu digo não há muito “vantagem”, eu quis dizer “vantagem financeira para a iniciativa privada”.
Foco. Como a Embrapa tinha no passado. Não dá pra todo o esforço cientifico ficar difuso. A comunidade científica brasileira precisa definir alguns (poucos) objetivos e formar forças tarefa nesse sentido.
Mandou bem Julio! Bourdieu no século passado já mencionava sobre o capital cultural. A questão não é simplesmente comparar as publicações entre o público e o privado. A análise deve ser mais ampla. O modelo de ensino que está ai favorece as castas culturais dentro do seio das chamadas instituições públicas que muitas vezes promovem a pesquisa apenas com o cunho de mais uma investigação para enriquecer o lattes e a “sobrevivência” na selva e no status de pesquisador tupiniquim. Há que se mudar o conceito e a forma de promover o conhecimento. Isso não é apenas tarefa dos cursos stricto sensu ou lato sensu e sim modelar um conceito de educação desde suas bases a exemplo de países que mudaram sua trajetória econômica reestruturando a educação nas últimas décadas, tal qual ao Coréia do Sul. Abrir a discussão já é um pequeno passo para as mudanças. E creio que não devemos ficar só na discussão doméstica se “A” é melhor do que “B”.
Como estudiosa de Bourdieu, não entendi o uso do capital cultural com o seu argumento. Pode me explicar melhor?
Julio uma coisa q muitos não sabem, as universidades internacionais produzem muito pq o investimento é muito alto além de estarem no berço das tecnologias. Diferente do Brasil os investimentos nas universidades ainda são baixas, lembrando que os equipamentos são exportados desses países, lembrando que tem o prazo de chegada dos materiais. Nós países de primeiro mundo vc encomenda um primer de manhã e a tarde já está no seu laboratório. Isso no Brasil no mínimo um mês para realizar a pesquisa. Então não adianta fazer comparações com países de primeiro mundo, quando o Brasil apesar das grandes dificuldades conseguem fazer pesquisa de qualidade.
O orçamento das universidades federais em 2016 somaram 46 bilhões de reais, maior que o PIB de muitos países por aí. Esse valor não contabiliza o orçamento das agências de fomento. Arruma outro argumento pra justificar o fracasso, dava pra fazer muito mais com orçamentos bilionários.
Julio, você está falando muito superficialmente. O orçamento de todas as universidades federais é de R$46bi, mas muitas delas não se limitam apenas a pesquisas, muitas como a própria USP, administram HOSPITAIS. Um grande hospital de referência custa entre R$300mi a R$400mi por mês!
O orçamentos dos hospitais universitários é a parte do orçamento da universidade. Vem do SUS, convênios e etc. Assim como os recursos para pesquisa vem também de agência de fomento. Ou seja, entra muito mais dinheiro que esses 46 bilhões. Quando se olha o orçamento das universidades a maior parte é comprometido com a folha de pagamento. E o tripé das universidades (ensino-pesquisa-extensão) cada vez mais manco, extensão de longe o mais debilitado de todos. E o professor sempre se diz super atarefado. E de todas as atividades há várias que eles não só não possuem expertise como não possuem treinamento algum. Principalmente em atividades de gestão. Ao invés de colocar a gestão na mão de especialistas colocam na mão de alguém que possui treinamento extremamente especializado e subutilizado por tarefas que não competem a ele.
Meu caro, o orçamento da pública não é exclusivamente voltado à pesquisa, mas ao ensino, pesquisa, extensão e, em quase a totalidade dos casos, à a assistência. Reduzir esses valores exclusivamente à pesquisa é desconhecimento ou, no limite, mau-caratismo intelectual.
Amigo Fred, você argumentou muito mal e para piorar, ainda foi ignorante, apesar de colocar essa pecha nos neoliberais. Seria interessante rever os seus conceitos.
Faltaram universidades como PUC e Mackenzie, que são particulares e produzem, sim, muitos artigos. Essa pesquisa foi realizada tendo em vista as universidades públicas apenas, para revidar o ataque que o Banco Mundial disse sobre elas.
Natural que não. As universidades particulares vivem das suas próprias receitas, ee têm muito menos facilidade para produzir trabalhos de longo prazo, diferentemente das públicas que recebem dinheiro tirado à força do povo (impostos). A universidade pública, inclusive, é em parte sustentada pelo dinheiro tirado em impostos da própria universidade particular, que não pode obrigar ninguém a pagar pelos seus serviços.
O contorcionismo mental de neoliberoburros é notável. As universidades privadas não só podem obrigar como obrigam o povo a lhes dar dinheiro, como as isenções fiscais para universidades confessionais (que não “visam lucro” kkkkkkkkkkk), e principalmente os programas federais como fies e ProUni, que sustentam muitas dessas espeluncas, que cobram o preço que querem de mensalidade pois vem o estado malvadão e cobre o preço. Elas inclusive fazem lobby no governo, e estão por trás desse discurso privatista
Com a diferença que pesquisas em instituições privadas quem paga é o próprio futuro pesquisador ou cientista, se não forem relevantes para o resto do mundo, você não pagou por elas.
A pesquisa e a tese que minha mulher desenvolve em instituição privada não é menos relevante que de instituições públicas, todo desenvolvimento de conhecimento é válido.
E é melhor que não faça, pois o foco é trabalhar arduamente, para no fim ficar feliz em ceder (GRATUITAMENTE) o artigo para uma revista científica de fora do Brasil. Querem começar a mudar? SE SIM, publiquem em revista brasileira, com o tempo aumentará o impacto. QUER SER COLÔNIA CIENTÍFICA? Publique em revista científica internacional.
Então Ramon infelizmente publicações em revistas de qualis elevados são elas q fazem as notas das universidades e os programas de mestrado e doutorado serem altas. Ao contrário q todos pensam publicar nessas revistas não e gratuito e pode ter certeza q se o artigo foi aceito nessas revistas é q o fator de impacto da publicação é boa.
Uma universidade de ponta como Harvard tem dotação de 37,6 bilhões de dólares (https://www.harvard.edu/about-harvard/harvard-glance), o que dá cerca de 124 bilhões de reais.
A USP e as demais públicas no Brasil fazem milagre, pois tem que garantir acesso e permanência de alunos pobres e atendem a população em seus hospitais, etc. etc.
Julio, dá pra fazer mais, então cite aí as universidades com o orçamento da USP e Unicamp, e mesmo tamanho das mesmas, que tenham resultados melhores. Estou curioso!
Nem tanto. Tenta comparar a quantidade de laboratórios e materiais que outras faculdades tem lá fora. Estudo na usp e sei bem como é. Fora os alunos desinteressados, que não posso negar.
Qual universidade publica vc frequenta ou frequentou?
Para uma melhor análise seria necessário saber: 1) se a Web Science comporta documentos em português e se de todas os campos do conhecimento; 2) qual a relação documentos/docentes em tempo integral por instituição.
Observações: 1) independentemente do número de documentos na Web Science, a UERJ se apresenta com o mais alto índice de impacto/citação e com o mais alto percentual de documentos no top 1 e no top 10. E é esta a universidade brasileira que está sofrendo maiores ameaças de destruição; 2) o que explicaria que o Acre tenha tão alto índice de impacto/citação e os mais altos percentuais, entre os estados, no top 1 e no top 10? 3) é estranho que nem a PUC-RIO nem a PUC-SP estejam listadas entre as 20 universidades de maior presença na Web Science…
Nem um pouco estranho não ver nenhuma PUC aí. Os editais pra seleção de iniciação científica deixavam muito a desejar, quando existiam. Pesquisa em universidade privada não existe, o professor é pago pra dar aula e só. Quando tinha alguma coisa era uma falta de transparência generalizada, com os professores selecionando seus favoritos pra participar da elaboração do artigo
Com a diferença que pesquisas em instituições privadas quem paga é o próprio futuro pesquisador ou cientista, se não forem relevantes para o resto do mundo, você não pagou por elas.
A pesquisa e a tese que minha mulher desenvolve em instituição privada não é menos relevante que de instituições públicas, todo desenvolvimento de conhecimento é válido.
A resposta para os questionamentos de Valdemar tem duas respontas possíveis: fabricação de informações ou evidência suprimida (cherry picking).
Caro Valdemar, algumas questões eu posso responder. 1) A Web of Science é uma ferramenta da Thompson & Routers. O famoso índice JCR é baseado nesta plataforma. Não sei como os periódicos são indexados (entram na lista), mas sei que seu fator de impacto (JCR) depende do número de vezes que são citados por outros artigos também da base de dados. Ou seja, mesmo que artigos em português fossem indexados (não sei se são) não teriam como ter um JCR que os colocassem no Top 10, pois quem fala português no mundo? A língua universal da ciência, hoje, é o inglês. 2) a relação docentes não é métrica, muitos docentes não fazem pesquisa nem nas particulares, nem nas federais. A métrica é JCR/artigo. Ou seja, pode produzir apenas um artigo com grande fator de impacto já estará na Top 10, o que já explica porque o Acre esta bem posicionado. Por outro lado, se a PUC produzir muitos trabalhos sem grande fator de impacto, a sua média cai. A lógica é produzir pouco com grande impacto. De um modo geral, no Brasil, as avaliações docentes/PPGs “medem” a quantidade da produção, mas não a qualidade. A CAPES ainda não avalia os PPGs considerando seu JCR, então se produz muito com baixo impacto. Conforme as avaliações vão se aperfeiçoando o JCR inevitavelmente irá será utilizado e forçará os pesquisadores a considerar publicar menos, com mais impacto.
Moro no Canada, e pra mim é óbvio que não produz conhecimento. Brasil é um país em desenvolvimento econômico, o brasileiro médio não está interessado em fazer pesquisa, ele está interessado em se especializar profissionalmente para ascender socialmente no decorrer da vida dele. Se o Brasil tivesse a mesma liberdade econômica que países de primeiro mundo, obviamente apareceriam mais pessoas interessadas em fazer pesquisa, mas quando você mora num lugar onde você só tem uma chance pra fazer as coisas e precisa escolher entre fazer o que gosta e fazer o que põe o pão na mesa, obviamente a maioria vai escolher a ultima opção.
È ISSO MESMO,como viver de pesquisa no Brasil, desde criança com uns tres anos de idade , estou com 81 anos, escutava as conversas de meu pai com convidados, e sempre ouvia o refrão que se repetia nos encontros, ” O BRASIL É O PAIS DO FUTURO”, repetiam sempre, ficou como um rotulo na minha memória; porem sei que nunca verei o futuro chegar no Brasil, chegou na China , nas Coréias, na Russia,no EUU, na destruidas Alemanha e Japão, e outros mais; enquanto que o Brasil, nunca investiu em desenvolvimento tecnológico, se fez foi , foi aceitar dos outros, tecnologia ultrapassada, tecnologia comprada dos outros, aqui, tecnologia ? rima com o jeitinho, se quem quer ser algo diferente, teve ter posses, e ir para fora do Brasil. para encontrar o futuro, aqui fica na utopia tec.
Na verdade elas só produzem historia, pq no final das contas o governo não utiliza nada do que produzem. É um capital jogado no lixo, pois a mão de obra qualificada acaba sendo absorvida fora do país.
Professor Sguissard sempre muito pertinente em suas observações. Faço minhas as suas palavras.
Infelizmente, a iniciativa privada prefere gastar milhões em um muro de vidro na USP do que em pesquisa…nem tenho esperança de ganhar bolsa esse ano
Pessoal, conheço um professor que era pesquisador em uma grande e tradicional universidade particular. Não essas novas, uma com tradição no Brasil. Foi pesquisador porgue durante os governos petistas tentou melhoar essa pouca vergonha que é ser universidade caça-níquel. E se exigiu o mínimo, que tivesse professores fazendo pesquisa. Ok. O cara fez a pesquisa, ficou uns 4 anos na pesquisa e foi o único do grupo de pesquisa que conseguiu publicar em revista qualificada A. O único. O resto não publicou bulufas em revista porcaria nenhuma. O que que aconteceu? A universidade reprovou a pesquisa do professor bem avaliado lá fora e ele foi retirado da pesquisa. Os outros ficaram fazendo lobby e pseudo-pesquisa. Isso numa grande universidade privada tradicional. Agora imagina o resto.
Reparem no desempenho da UERJ, que está sendo destruída pelo descaso dos governos.
Grosso modo, as nossas universidades são “teóricas” por falta do “grau técnico” dos oriundos do ensino médio. Convém salientar que esse descalabro é proposital e tem o dedo sutil de agentes internacionais.
Caro Edmilson N Soares, de quê Universidades você está a se referir: as brasileiras? Se sim, de que período histórico “as nossas universidades [foram] ‘teóricas’?” Porque nossas universidades não o são desde a década de 1960, quando a profissionalização e o tecnicismo passou a orientar os Cursos de Graduação de, proticamente, todas as universidades com a Reforma de 1968.
Tem uma questão muito importante aqui: enquanto a universidade pública é mantida com dinheiro de todo o povo, pago à força, a universidade particular é mantida com suas próprias receitas e AINDA ajuda a custear as pesquisas da Universidade Pública.
Aí é que você se engana Denis. As úniversidades particulares levam muito dinheiro público, com redução de impostos e uma série de benefícios. São também mantidas com recursos públicos, mas não geram conhecimento para a sociedade, apenas lucro para os acionistas.
Recebem dinheiro do governo ou apenas isenção de impostos?
Caro Denis, estamos numa sociedade democrática, e numa sociedade desse tipo a educação é direito de todos e dever do Estado. “À força” os brasileiros não têm direito de estudar e nas instituições públicas se deixarem de pagar por algo que lhes é de direito são impedidos de ter seus direitos impedidos. Isto está na Declaração Universal de Direitos Humanos, na Carta das Nações Unidas. É um direito universal. Penso que por mais que sejamos defensores do capitalismo, da “guerra de todos contra todos” imposto pela economia de mercado. Alguns direitos são fundamentais para o próprio capitalismo. É o que explica a educação pública de nosso como outros países herdeiros históricos do escravagismo e de uma elite econômica predatória que não tem sensibilidade de que uma Nação se faz com escritores e não analfabeto funcionais.
Então o capitalismo é a “guerra de todos contra todos”? É um sistema de soma zero, onde apenas um lado sai “ganhando” e o outro, necessariamente, sai “perdendo”?!
Pensar diferente disso é compactuar com a desigualdade social e concentração de renda?!
O interessante é constatar que, na prática, o capitalismo é EXATAMENTE o inverso disso!
Um simples artesão é capaz de lhe ensinar essa lição! Ele transforma arames, barro, pedras, lixo em arte! Em algo de valor… Outros irão pagar por isso, voluntariamente, desde que satisfaça seu desejo de ver valor naquele artefato.
Capitalismo é a troca voluntária entre pessoas em que AMBOS saem GANHANDO!!
Qqer coisa diferente disso é tudo menos capitalismo.
Que direito é esse que eu tenho de receber educação do estado ao mesmo tempo em que tenho o dever de lhes entregar 40% da minha renda? Vejo que as escolas particulares conseguem me oferecer educação muito melhor do que a “gratuita”do estado.
Ótima discussão! Bacana a gente ler diferentes pontos de vista. Confesso que ao ler muito de vcs por aqui, volto a ter fé. Sério, gente! Precisamos usar espaços como este para colocar os diversos pensamentos. Mesmo que um não concorde com o outro. Mas é necessário. abs para todos
Desculpe-me dos erros à mensagem endereçada ao Denis, é que estou com uma criança aqui no colo fazendo arte. Mas eu concordo plenamente com o Alex. Não sei se hoje, mas este espaço de diálogo é enriquecedor para quem deseja de interlocutores críticos e criativos para se enriquecerem. Pois a divergência faz parte da existência, e a arte do diálogo é salutar.
O que falta nas públicas de Sã Paulo, USP, UNICAMP E UNESP, é uma maior internacionalização na área acadêmica e científica, pois o intercâmbio dessas universidades com grandes centros de pesquisa no mundo é pífio. Não temos uma graduação em Inglês, nossos professores são corporativistas, necessitamos de workshops com instituições renomadas, tais como: MIT, HARVARD, YALE, PRINCETON, etc. Se tivermos graduação em Inglês, muitos estudantes estrangeiros virão para o Brasil, tornando esse intercâmbio um propulsor de conhecimento de nosso País, de nossas tradições, de nossa cultura, visto que em termos de graduação não devemos nada às melhores universidades do mundo. Com isso certamente teremos nossas três universidades públicas de SP entre as 50 melhores do mundo.
Gustavo Porto,(SLM) poderíamos publicar seu comentário. Mas este tipo de comentário que pode conter informações incorretas, expressão de ódio, preconceitos, ideologias racistas ou outros problemas só é analisado com total identificação do autor, com nome completo, página pessoal verdadeira e com fotografias do autor. Isso não significa que o comentário será aprovado, mas analisado. A fotografia e o link da página pessoal do autor, desse tipo de comentário poderão ser colocados ao lado do comentário, caso seja publicado. Para ser aprovado, alguns comentários precisam ter consistência de dados e citação de elementos de provas documentais das afirmações.
Alí no primeiro parágrafo tem o link pro artigo completo, nesse artigo quase todas as questões levantadas aqui são respondidas, são 73 páginas de gráficos, tabelas e análises. Acho válido olhar o trabalho completo, só acho!
O erro desse relatório está na generalização e no conceito absurdo de que o conhecimento é apenas gerado por meio de publicações acadêmicas. Não vejo que essa seja a única forma de se conseguir conhecimento relevante! Concordo que esses trabalhos vem em maioria de Faculdades Federais, todavia classificar todo um sistema educacional baseado em publicação é no mínimo reducionista e constrangedor!
De onde surgem tantos profissionais capacitados que estão no mercado de trabalho? São apenas de faculdades federais? Não, não são! E em meio científico,não possuem alunos de faculdades privadas no meio? Sim,existem! Pensei nisso!
Eu estou triste por esse artigo. E não podia ser diferente.
O simples fato de alguém colocar de forma negativa comparando com outras universidades por serem pagas é uma tristeza. Podia simplesmente ser mais um dado de que as Universidades publicas, estaduais e federais são as lideres no ranking de pesquisa… o que sinceramente não é novidade , mas chegar a conclusão de que particulares não produzem conhecimento, e ainda ler comentários do tipo “só servem para gerar LUCRO, vender diplomas” ou “só paga e estuda em universidade particular quem quer” é demais.
Como se todos quisessem pagar por uma oportunidade que na verdade era pra ser de direito de TODOS: boa oportunidade de estudo de GRAÇA , disponível para todos aqueles que querem aprender, ter uma universidade, uma fonte de conhecimento. Mas não é a realidade pra todo mundo.
Se for ver as faculdades particulares são as que estão disponíveis pra quem não tem o requisito suficiente para passar numa seleção e estar nessas universidades. Pode até entrar na opção de escolha, “eu escolhi fazer ano de cursinho para entrar”, “eu escolhi estudar por conta”… mas exigiria sacrifício que muito não podem se dedicar, a anos de estudo sendo que existe uma possibilidade “mais fácil” de estar em um nível melhor, ainda não de igualdade, com o que as universidades publicas oferecem. Mas pelo menos melhores do que ter um supletivo, do que sair do ensino médio e ir trabalhar com o que tem disponível, ou não se aprofundar por aquilo que interessa para a pessoa…
Quantos não tem família para cuidar, mas na intensão de se melhorar, se aprofundar, não recorre a uma faculdade até a distancia mesmo para aprender? concilia trabalho, família, gastos e estudo só para ter mais conhecimento? Dai chega um artigo desse e mostra a seguinte notícia :
“Relatório mostra que universidade particular no Brasil não produz conhecimento”
E se for pensar na possibilidade de não haver espaço para o conhecimento de universidades particulares justamente por existir uma visão de superioridade entre públicas e particulares? Será que não existe conhecimento mesmo ou por ser pago pelo governo são as que são aproveitadas pelo próprio governo?
“Orgulho de ser de universidade X” , no ranking de pesquisa… mas o que isso diz sobre o que todos, CADA aluno de CADA universidade, tem que desenvolver para ter conhecimento?
Não foi a toa que eu chorei. Muita gente devia chorar com esse tipo de notícia que menospreza aquilo que muita gente tem na mão.
Vinicius, poderíamos publicar seu comentário. Mas este tipo de comentário que pode conter informações incorretas, expressão de ódio, preconceitos, ideologias racistas, marketing político e econômico disfarçado ou outros problemas só é analisado com total identificação do autor, com nome completo, página pessoal verdadeira e com fotografias do autor. Isso não significa que o comentário será aprovado, mas analisado. A fotografia e o link da página pessoal do autor, desse tipo de comentário, poderão ser colocados ao lado do comentário, caso seja publicado. Para ser aprovado, alguns comentários precisam ter consistência de dados e citação de elementos de provas documentais das afirmações