Em São Paulo – De 7 de dezembro de 2017 a 3 de janeiro de 2018 acontece a 18ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro no CineSesc.

A curadoria nesta 18ª edição foi compartilhada pela montadora Cristina Amaral, o crítico de cinema Chico Fireman e a equipe do CineSesc.

Dos 141 filmes lançados no período de novembro de 2016 e outubro de 2017, a Retrospectiva apresenta um recorte de 55 produções: 50 longas-metragens (26 ficcionais, 24 documentários) e 5 curtas. A ideia central continua sendo expor o cinema nacional em sua diversidade de temas, linguagens e vozes. Mas dois filmes escapam um pouco em sua data de lançamento: “Serras da desordem” e “A margem”.

Montado por uma das curadoras e dirigido por Andrea Tonacci, “Serras da desordem” foi lançado em 2006. O documentário conta a história de Carapiru, um índio nômade que vive nas serras centrais do Brasil que sobrevive a um ataque sofrido por sua tribo. A exibição será gratuita e, para os aficionados pela fotografia em movimento, em formato 35mm.

Já “A margem” foi exibido na abertura da Retrospectiva em homenagem aos seus 50 anos de lançamento. Em 1967, o filme de Ozualdo Candeias foi considerado o melhor filme do ano pelo Instituto Nacional de Cinema (INC). A história e a técnica dão a esse primeiro longa de Candeias um aspecto de inovação da linguagem no cinema brasileiro. Às margens de um rio Tietê ainda não pavimentado e retificado, os moradores de uma favela aparecem como personagens de uma espécie de auto da barca. O material e o supramundano convivem e colidem. Como os personagens dialogam olhando diretamente para a câmera, o diretor coloca cada espectador no papel de quem conversa com as histórias ali contadas.

Um pouco da produção cinematográfica da Boca do Lixo, região compreendida no centro da cidade de São Paulo nos anos 1970, pode ser vista em fotografias tiradas por Candeias em suas incursões pelo cinema independente paulistano. Essas fotografias fazem parte da exposição “Ozualdo Candeias, fotografias” que será estreada junto com a Retrospectiva do Cinema Brasileiro. As imagens registradas entre as décadas de 1960 e 2000 apresentam de modo íntimo e espontâneo esse polo de produção em que Ozualdo Candeias existia e ajudava a criar.

Para consultar a programação completa, clique aqui. Todas as exibições são gratuitas e acontecem no CineSesc que fica na Rua Augusta, 2075, Cerqueira César, São Paulo. (Carta Campinas com informações de divulgação)