No dia 2 de dezembro de 2015, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está atualmente preso em Curitiba, aceitou pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Cunha aceitou o pedido protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.

Naquele mesmo ano, o último em que Dilma Rousseff governou até dezembro, a inflação fechou em 10,67%. O governo permitia a inflação acima da meta para que a economia se mantivesse aquecida, evitando uma radical contenção de despesas, mesmo com as pautas bombas de Eduardo Cunha, que só aumentavam despesas.

A inflação, na casa dos 10%, no entanto, é um problema grave para o dinheiro da corrupção (e  que não é transformando em dólares ou aplicado). Isso porque se o dinheiro ficar guardado em um apartamento, por exemplo, ele perde poder de compra.

Pode ser o caso do ex-deputado Geddel Vieira Lima, que foi novamente preso na manhã desta sexta-feira, em Salvador. Há três dias, a Polícia Federal encontrou mais de R$ 51 milhões, que seriam dele, em um apartamento na capital baiana.

Se Geddel já possuía um valor próximo em 2015, o governo Dilma Rousseff o fez perder cerca de R$ 5 milhões (10%) por causa da inflação. Mais um motivo para Geddel sair às ruas e bradar contra a corrupção.  Agora imagina, apenas uma hipótese, se 10 políticos do mesmo partido do Geddel perdessem cada um R$ 5 milhões por ano. (Glauco Cortez)