O presidente da Câmara de Campinas, Rafa Zimbaldi (PP), anunciou que vai contratar mais 99 assessores por indicação política. São os chamados cargos comissionados.  Após a contratação, cada vereador terá 7 funcionários pagos com recursos da população, além de todos os outros funcionários concursados da Câmara que estão à disposição dos vereadores.

Diferente do funcionário concursado, os assessores por indicação política são fundamentais para que o vereador se mantenha no poder e consiga a reeleição. Ao todo serão mais de 200 cargos com indicação política na Câmara. Eles ficam 4 anos atuando em favor do vereador, custeados por cerca de R$ 1 milhão por mês em recursos públicos.  Ao final de 4 anos de mandato, a população terá pago cerca de R$ 50 milhões com cargos que facilitam a reeleição dos vereadores e distorce o processo eleitoral.

Quanto mais assessores os vereadores têm, maior a chance de práticas de clientelismo político junto à população, facilitando a manutenção no poder e estabelecendo uma disputa desigual como outros candidatos na época das eleições. A situação não é exclusiva de Campinas, grande quantidade de assessores e recursos disponíveis dificultam a renovação do poder legislativo em todo o Brasil.

Recentemente, decisão judicial fez a Câmara de Campinas demitir 223 servidores comissionados (cargos por indicação política). Desde então, o presidente da Câmara Rafa Zimbaldi tenta encontrar um jeito para que a Câmara Municipal contrate mais comissionados.

Segundo o site da própria Câmara, foram feitos estudos técnicos e conversas com a Procuradoria da Justiça do Estado de São Paulo em busca de uma solução legal para que os vereadores tivessem mais funcionários para o “atendimento ao público nos gabinetes”.

Após as negociações, a Câmara irá convocar entre este ano e o próximo 42 aprovados no concurso de 2014 para serem efetivados e ampliará o número de comissionados em mais 3 por gabinete. Serão, portanto, 7 comissionados no total, sendo que duas das novas vagas terão exigência de ensino superior e a restante, de ensino médio.

“A ausência dos servidores que foram exonerados refletiu diretamente nos serviços da Câmara, houve até casos de gabinetes fechados em horário de expediente quando os quatro servidores que permaneceram tinham afazeres no mesmo período”, reclama Zimbaldi.

A situação já foi pior, até o início deste ano cada vereador tinha  15 funcionários pagos com os recursos dos campineiros.