O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e ministro vitalício do Supremo, Gilmar Mendes, defendeu hoje (24) a volta do sistema que se comprovou com a Lava Jata como altamente corrupto.

Mendes quer a volta de “doações” de empresas a campanhas eleitorais, como se fosse possível crer que alguma empresa doasse realmente algum valor. Gilmar já fez muito para manter o sistema, mesmo durante a operação Lava Jato.

A resistência de muitos políticos ao sistema de “doação de empresas”, ou também conhecido como “compra de parlamentar” ou “corrupção legalizada” advém justamente de o próprio político ficar atolado no sistema corrupto.

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O ministro argumentou que desde a sua proibição, o sistema ficou com o “pé quebrado”. Para Mendes, mesmo que aprovado um fundo público bilionário para custear as eleições, a quantia muito dificilmente seria suficiente para as campanhas, abrindo espaço para fraudes nas doações. Parece que o ministro vitalício nunca ouviu falar de Operação Lava Jato e mensalão.

“O fato é que estamos hoje com sistema imperfeito. A doação de pessoas físicas não é suficiente. Os recursos públicos também parecem não ser suficientes”, disse Mendes. “O sistema hoje está de pé quebrado, é preciso encontrar uma maneira de sanar”, disse sem o menor constrangimento.

Participante ativo dos poderes legislativo e executivo, Mendes informou, no entanto, que “muito provavelmente” voltará a se reunir com o presidente Michel Temer nesta quinta-feira para debater o tema.

Ontem (23), Mendes esteve com Temer e também com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em encontros não agendados cujo tema foi, entre outros, o semipresidencialismo, segundo informado pelas assessorias das autoridades. (Carta Campinas/Agência Brasil)