Uma pesquisa realizada pela engenheira civil Maria Emília da Silva Oliveira Araújo mostrou que as edificações escolares pré-fabricadas, que começaram a ser construídas no Estado de São Paulo em 2003, apresentaram rachaduras (fissuras) em 100% das amostras pesquisadas.

A pesquisa, feita na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp, analisou 5 das 9 edificações construídas em Campinas.

A autora considera que esses problemas observados decorrem do projeto, de sua execução, do uso da construção e da ausência de uma gestão de manutenção predial. A Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) é o órgão ligado à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, governado há 20 anos pelo PSDB, que gerencia os processos para implantação dessas novas escolas, suas manutenções e reformas.

Para a pesquisadora, é fundamental a implantação de um sistema de manutenção periódica nos prédios escolares, visto que manutenções corretivas demandam custos maiores. Os problemas geram inseguranças na sua utilização e comprometem a saúde dos usuários. Maria Emília lembra que uma melhor adequação dos projetos aos sistemas construtivos durante o planejamento garante a elaboração de projetos mais eficazes, que evitam a necessidade de intervenções posteriores, que podem agravar os problemas observados, e permite uma utilização mais plena do edifício escolar público.
Em acordo com a pesquisa, diretores de escola atestaram que a falta de conhecimento da melhor utilização dos ambientes escolares leva a projetos inadequados e que causa transtornos aos usuários.

Estas manifestações, presentes nos elementos de alvenaria e estrutura de concreto, foram analisadas quantitativamente por meio da Avalição Pós-Ocupação (APO) e identificadas por dois métodos: avaliação do desempenho físico (método walkthrough) e registro fotográfico. (Carta Campinas com informações de divulgação)