O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, continua em campanha para que o modelo de financiamento empresarial, conhecida como ‘corrupção legalizada’ das empresas, volte a fazer parte das eleições. Na última reforma política, o financiamento empresarial foi proibido.

No sistema, empresas como a Odebrecht e o clube das empreiteiras, revelados na operação Lava Jato, voltariam a dar recursos para partidos políticos. O sistema é usado por empresas para a compra dos políticos em todo o Brasil, como bem revelou a operação Lava Jato.

Se prender empreiteiros em municípios e nos estados e exigir delação, como faz a Lava Jato, o esquema de compra de políticos pelo financiamento empresarial vai ser revelado nas esferas municipal e estadual. A Odebrecht apenas revelou como funciona em todos os níveis.

O ministro Gilmar Mendes não se intimida em falar os maiores absurdos. Segundo ele, se não houver mudanças em relação ao financiamento de campanha, a insuficiência de recursos levará ao aumento das irregularidades, abrindo espaço inclusive para a participação, por exemplo, de organizações do tráfico de drogas na política.

Parece que o ministro se esqueceu de um helicóptero de 500 toneladas de cocaína, apreendido em Minas Gerais com combustível pago pela Assembléia Legislativa. Isso durante a vigência do financiamento empresarial em vigor.

Gilmar Mendes também afirmou que, caso o Congresso Nacional não aprove uma reforma política válida já para as próximas eleições, o Supremo Tribunal Federal (STF), do qual ele também faz parte, será levado a proibir em breve as coligações partidárias.

“Isso vai certamente levar o Supremo, daqui a pouco, a reagir, como reagiu em relação à doação corporativa, proibindo a doação de empresas privadas. Certamente, isso vai levar o Supremo a, se não vier uma reforma política, reagir também proibindo as coligações”, acrescentou o ministro. Veja o que o jurista falou de Gilmar Mendes.

As declarações do ministro foram dadas após ter recebido, nesta quarta-feira (3), em seu gabinete no TSE, 29 deputados que integram a comissão de reforma política na Câmara, incluindo o presidente do colegiado, Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e o relator da matéria, Vicente Cândido (PT-SP). (Carta Campinas com informações da Agência Brasil)