O presidente Michel Temer veio a público lamentar a morte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.

Em um pronunciamento à imprensa, Temer afirmou que recebeu com “profundo pesar” a notícia do falecimento e decretou três dias de luto oficial como uma “modesta homenagem” a Zavascki que, segundo ele, “tanto serviu à classe jurídica, aos tribunais e ao povo brasileiro”.

No entanto, o presidente, assim como parte da cúpula do PMDB delatados na Lava Jato são os maiores beneficiados com a morte do ministro. Teoria era talvez o único ministro que não estava sob a órbita dos grupos de poder de Brasília. Isso fica claro na delação do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, que entregou áudio em que o ex-ministro Romero Jucá (PMDB) tenta encontrar um jeito de se aproximar de Teori para barrar as investigações.

Temer, que foi delatado 43 vezes nos processos que estavam na mão de Teori, agora terá toda a investigação paralisada e ainda poderá nomear o ministro do Supremo que vai investigá-lo, assim como toda a cúpula do PMDB. A morte de Teori significa praticamente o fim da possibilidade de punição da cúpula do PMDB.

Teori morreu na tarde de hoje em um acidente de avião no litoral do Rio de Janeiro. A aeronave, que partiu de São Paulo, transportava quatro passageiros e caiu próximo a Paraty (RJ). Membro do STF desde 2012, Teori era o relator dos processos relativos à Operação Lava Jato na Corte. (Carta Campinas/ Agência Brasil)