Há quase cinquenta anos, no dia 4 de abril de 1968, o mundo se despedia de Martin Luther King Jr, o pastor protestante e ativista político que se tornou ícone por sua luta pelo amor ao próximo e pelo repúdio à segregação racial norte-americana. Vale lembrar que somente entre 1883 e 1959, cerca de cinco mil negros foram linchados nos estados do Sul do país – e é este o momento histórico que a jovem dramaturga Katori Hall desconstrói na ficção “O Topo da Montanha”.
“O Topo da Montanha” faz alusão ao último discurso de Martin Luther King (I’ve Been to the Mountaintop) realizado em Memphis, na Igreja de Mason, no dia 3 de abril de 1968, um dia antes de seu assassinato, cometido na sacada do Hotel Lorraine. É exatamente neste cenário, do quarto 306 – e na sequência de suas derradeiras palavras públicas –, que Martin Luther King, interpretado por Lázaro Ramos, conhece Camae, encenada por Taís Araújo, a misteriosa e bela camareira em seu primeiro dia de trabalho no estabelecimento. Repleta de segredos, ela confronta o líder em clima de suspense e simultaneamente debochado. Deste modo, em perfeito jogo de provocações, faz o reverendo se lembrar que, como todos, é humano. Por meio do humor e da emoção, faz rir e pensar com retórica atual, seja para americanos ou brasileiros.
A escrita faz sentido mesmo quando comparada à situação política daqueles tempos. Para citar uma frase do espetáculo: “parem a guerra do Vietnã e comecem a lutar contra a pobreza” – vista sob a ótica do presente, ela ainda parece possível ser proferida e ressalta as características de um líder que “teve a força de amar aqueles que jamais puderam o amar de volta”. “Este texto me perseguiu como ator por dois anos, por meio de pessoas que diziam que tinha de fazê-lo no Brasil. E é contemporâneo porque é uma história também sobre enfrentar medos. Sobre os trilhos da coragem e do afeto”, resume Lázaro. “Tínhamos muito receio de que o texto fosse americano demais e não tocasse as pessoas. Mas o tempo e uma boa tradução nos convenceram que as questões do amor e da igualdade são relevantes e próximas a todos nós”, complementa Taís. (Carta Campinas com informações de divulgação)
Ficha Técnica
Texto de Katori Hall
Direção de Lázaro ramos
Codireção de Fernando Philbert
Tradução de Silvio Albuquerque
Consultoria Dramatúrgica de Angelo Flávio
Assistência de direção Thiago Gomes.
Com Lázaro Ramos eTaís Araújo
Preparação vocal de Edi Montecchi
Cenografia de André Cortez
Iluminação de Valmyr Ferreira
Figurinos de Teresa Nabuco
Trilha sonora de Wladimir Pinheiro
Fotos de Jorge Bispo
Projeto gráfico da Estação Design
Revisão de Regina Stocklen
Assessoria de imprensa de Antonio Trigo
Serviços de camareira de Solange Carneiro
Assistência de produção de Igor Dib
Produção executiva de Carmem Oliveira e Viviane Procópio
Administração de Viviane Procópio
Direção de produção de Radamés Bruno
Administração geral de André Mello
Produção da BR Produtora
Produtores associados e realização de André Mello, Lázaro Ramos e Taís Araújo
“O Topo da Montanha”
Data: de 04 a 12 de junho
Horários: sábados às 21h30, domingos às 18h
Local: Teatro Brasil Kirin – Shopping Iguatemi Campinas
Endereço: Av. Iguatemi, 777 – Vila Brandina
Preços:
R$ 120,00 inteira, R$ 60,00 (meia-entrda)
Promocional: R$ 100,00 antecipado até o dia 31 de maio.
Bilheteria: de terça-feira a sábado, das 13h às 21h, e domingos das 12h às 20h, ou pelo site ingresso.com.br
Indicação etária: 12 anos
Duração: 90 minutos
Informações: (19) 3294-3166, www.teatrobrasilkirin.com.br e www.brprodutora.com