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Telma de Andrade

Por Verônica Lazzeroni

Em tempos de orçamento apertado, a mudança de hábitos pode ser de grande utilidade para evitar gastos excessivos e endividamento. Além disso, pode também gerar oportunidades e novos conhecimentos. As mudanças podem ser bem simples e já ocasionar economia e melhorias de qualidade de vida.

Antes de gastar muito dinheiro com roupas em lojas, ou no shopping, se torna muito perspicaz quem tenta encontrar a peça de roupa que procura, ou alguma similar, em brechós ou bazares. É o que fez Telma de Andrade, 54, que mudou de hábito faz alguns meses e passou a comprar roupas apenas no brechó de sua cidade. “Comecei a comprar roupas no brechó para eu e minhas filhas e tivemos peças de excelente qualidade, suprindo a necessidade de cada uma”, conta. A economia de Telma foi grande, porém ela ainda mudou outros hábitos para com que a economia mensal de sua família fosse mais efetiva. “Saímos para comer fora com menor frequência, agora. Se antes eu pedia uma pizza, agora eu monto a pizza em casa”. Ela percebe que já conseguiu economizar bastante. E nos últimos meses levou a família junto nessa economia.

Algumas mudanças de hábitos podem não apenas acarretar em economia, mas em atitudes de conscientização. Telma sempre jogava fora comida que não tinha sido consumida em sua residência, apesar de estar em boa qualidade. Agora, ela percebe que graças a necessidade de economizar, mudou esse hábito e aproveita as sobras. Não apenas isso, mas passou a preparar a quantidade certa de alimento, sem desperdício. “Tudo o que é feito é consumido, nada mais é jogado fora”, diz.

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Norberto Del Cet

A mudança de hábito pode ser benéfica em outros quesitos também. Para Norberto Del Cet, 72, algumas mudanças que realizou nos últimos tempos, diante do cenário econômico atual, ocasionaram em benefícios profissionais e pessoais. “Notei que com minhas mudanças de hábitos recentes, fiquei mais unido com minha família. Formamos uma nova equipe de economistas, reavaliamos não só preços, mas valores pessoais”, conta. Profissionalmente, Norberto teve de economizar com o combustível. Ele, que usa muito o transporte particular para se locomover e cumprir metas de vendas, passou a programar todo o seu itinerário, pela manhã, antes de sair de casa.

Além disso, Norberto buscou economizar com produtos alimentícios, mudando alguns hábitos ao fazer compras em supermercados. “Se há um aumento de preço alto, busco um produto similar. Caso não tenha, procuro outro com a mesma qualidade nutricional”, conta.

Como Norberto, Eleny Martins, 79, busca também qualidade do produto, mesmo que tenha que comprar marcas mais baratas. Ela, que faz compras semanais, criou o hábito, agora, de congelar pequenas porções de comidas para suas refeições, não precisando ir até o supermercado a todo o momento. Eleny afirma que se determinado alimento que ela consome em grande quantidade pode ser substituído por outro, com valores nutricionais recomendados e preço inferior, ela faz a troca de produtos e não apenas isso. “Se tiver que trocar carne pelo frango, eu compro o frango e faço receitas diferentes para esse mesmo alimento”. Ela diz que com a crise econômica, se não for feito economia, o salário não rende.

Eleny não enxerga tais mudanças como totalmente benéficas. “Nem sempre é 100% benéfico, porque deixo de fazer algumas coisas que gosto, mas preciso economizar, pois com a crise não está fácil” e ainda acrescenta: “a política deveria ser um pouco melhor, não deixando a gente preocupado com a economia ou com a saúde”.