marlene dos santosA Operação Lava Jato, que a princípio poderia ser de alguma serventia para o Brasil, está se tornando a cada dia mais perigosa e sinistra.

Alguma serventia apenas porque a operação ‘Mãos Limpas’ da Itália, que foi muito menos partidarizada, não acabou com a corrupção e, pior, ajudou a ascender ao poder Silvio Berlusconi, de trágica lembrança aos italianos.

A Operação Lava Jato não vai resolver praticamente nada para o futuro do Brasil, pelo contrário, pode piorar muito a situação. Moro é o caçador de corruptos. Já vimos essa história e não faz muito tempo.

Lava Jato é boa para quem gosta de ver sangue. Não vai resolver nada porque só se combate a corrupção com democracia, avanços democráticos, transparência, leis mais democráticas, combate à desigualdade, à miséria etc. A Lava Jato, disfarçada de combate à corrupção, parece mais promover uma espécie de macartismo do Poder Judiciário.

Incentivados pela Lava Jato, é sintomático ver tantos funcionários fantasmas e políticos corruptos em manifestações contra a corrupção no Brasil. O Brasil vive um show de horror.

Se 10 pessoas que pisam de verde amarelo no protesto contra a corrupção for investigada, como se investiga Lula, é provável que pelo menos 9 estariam em pior situação do que o ex-presidente.

Mas isso é só o começo. A Lava Jato é perigosa, principalmente pelo perfil do juiz Sérgio Moro traçado por Dom Phillips ao jornal norte-americano, Washington Post. “Um juiz federal de fala mansa e de terno escuro, que é, de acordo com um de seus amigos mais próximos, um nerd”, anota o jornal.

O jornal revela ainda uma faceta estranha do juiz. “Em 1998, Moro e Gisele Lemke, uma colega do juiz federal, passaram um mês em um programa especial na Escola de Direito de Harvard. Em 2007, Moro participou de um curso de três semanas para os potenciais líderes patrocinados pelo Departamento de Estado dos EUA”. Bingo! (Glauco Cortez)