wikipediaO CTBE (Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol) de Campinas (SP) realiza, entre os dias 19 e 20 de outubro próximo, o 5º Encontro da Escola Brasileira de Química Verde, que este ano tem como tema a biomassa como matéria-prima para a indústria química renovável.

A pesquisadora de pós-doutorado do CTBE, Carla Freixo Protela, que faz parte da organização do evento, afirma que a criação de iniciativas para promover a discussão e a aprendizagem da química verde é fundamental para se implantar uma indústria química nacional sustentável.

“O Encontro da Escola Brasileira de Química Verde, que já tem uma história de 4 anos, é um importante fórum dentro deste tema, no qual a comunidade científica, a indústria privada e os órgãos do governo se encontram, interagem, aprendem uns com os outros contribuindo para o avanço do conhecimento e desenvolvimento do Brasil”, ressalta.

Carla Portela concedeu entrevista para o Carta Campinas, em que explica um pouco sobre essa nova área da química, que busca ser ambientalmente sustentável.

Carta Campinas: O que é a química verde? O que engloba a química verde?
Carla Portela: A química verde é uma área de atuação na qual produtos e processos devem ser modificados de forma a serem sustentáveis e ambientalmente corretos. Ela pode ser definida como a criação, o desenvolvimento e a aplicação de produtos e processos químicos para reduzir ou eliminar o uso e a geração de substâncias nocivas à saúde humana e ao ambiente. Por exemplo, existe um movimento mundial a respeito do aproveitamento da biomassa para a síntese ou biossíntese de produtos de interesse industrial, podendo-se destacar ácidos orgânicos, álcoois, nanoceluloses, ésteres, hidrocarbonetos, polímeros e outros que tem aplicação em diversos setores da indústria (alimentos, farmacêutica, cosméticos, energia, etc).

CC: Quanto tempo já se usa esse termo ‘química verde’? Já é considerado uma ramo de pesquisa nas universidades ou empresas?
Carla Portela: A química verde é um tema cuja discussão foi iniciada no início da década de 90 nos Estados Unidos. A discussão do assunto foi motivada pelo movimento de redução da poluição advinda da indústria química e o apoio ao desenvolvimento de processos de produção ambientalmente corretos. Dessa forma, tem havido grandes esforços em pesquisa e desenvolvimento, tanto em institutos com em universidades em articulação com as demanda definida da indústria química, por forma a traduzir o conhecimento gerado, em processos e produtos reais.

CC: Quais países estão mais avançados nessas pesquisas? Há uma tendência mundial ou são pesquisas ainda iniciantes nesse campo? Ou seja, como você avalia a situação atual do desenvolvimento da química verde?
Carla Portela: Os Estados Unidos, mas também vários países da Europa como Inglaterra, Itália e até mesmo Portugal, têm tido um papel fundamental na área. As propostas rapidamente se ampliaram para envolver a International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no estabelecimento de diretrizes para o desenvolvimento da Química Verde em nível mundial.

CC: No Brasil, quais setores ou quais pesquisas estão mais desenvolvidos dentro da química verde?
Carla Portela: No Brasil, os conceitos da química verde começaram a ser difundidos recentemente. O Brasil apresenta um reconhecido potencial para a geração de tecnologias a partir de fontes renováveis devido a sua forte indústria agrícola e florestal. A geração de produtos e subprodutos de fontes renováveis é bastante expressiva justificando o fato de muitas indústrias dos setores da bioenergia, química e especialidades terem identificado o Brasil como um local adequado para o estabelecimento de seus centros de pesquisas.

Serviço:
V Encontro da Escola Brasileira de Química Verde (link para mais informações)
Tema: A biomassa lignocelulósica como matéria-prima para a indústria química renovável

Datas importantes:

Início do período de inscrições 27 de julho
Prazo final para submissão de resumo para a sessão de pôsteres 25 de setembro
Divulgação de resumos selecionados para apresentação na sessão de pôsteres 29 de setembro           .         .                    .
Prazo final para inscrição no evento 2 de outubro
Realização do evento 19 e 20 de outubro

Programação:

Dia 19 de Outubro – Segunda-feira

8h00 – 9h00 Credenciamento
9h00 – 9h30    .                                                                 . Sessão de abertura
– Carlos Américo Pacheco – Diretor do CNPEM.
– Paulo Mazzafera – Diretor do CTBE.
– Peter Rudolf Seidl – Coordenador EBQV.
9h30 – 10h10 A biomassa lignocelulósica para a química verde
– Helena Chum – National Renewable Energy Laboratory (NREL), EUA.
10h10 – 10h30 Coffee break
10h30 – 12h30 Sessão Plenária: Iniciativas de apoio e estratégias de governo para o desenvolvimento da química verde no Brasil
– Felipe Pereira – BNDES (Título a ser definido).
– Finep (Representante a ser definido).
– Fapesp (Representante a ser definido).
– Embrapii (Representante a ser definido).
12h30 – 14h00 Almoço 
14h00 – 16h00 Sessão Técnica: Processamento químico da biomassa lignocelulósica
– Alírio Egídio Rodrigues – Universidade do Porto, Portugal  |  Título: An integrated approach for lignin valorization vanillin, syringaldehyde and polyurethane.
– 
María Cristina Area – Universidad Nacional de Misiones, Argentina  |  
Título: “Bio-produtos e bio-materiais a partir da biomassa lignocelulósica”.
– Antonio Aprigio da Silva Curvelo – Instituto de Química de São Carlos (USP) (Título a ser definido).
(Palestrantes a serem definidos).
16h00 – 17h30 Coffee break e sessão de pôsteres

 

Dia 20 de Outubro – Terça-feira

8h30 – 9h30 Visita às instalações do CTBE
9h30 – 10h10 Aproveitamento de biomassa lignocelulósica e as ações da Embrapa Agroenergia
– Mônica Caramez Triches Damaso – Embrapa Agroenergia. 
10h10 – 10h30 Coffee break
10h30 – 12h30 .                                                                               . Sessão Plenária: O uso de matérias-primas renováveis na estratégia de desenvolvimento das empresas
– Thomas Canova – Rhodia/Solvay  |  Título: Biomassa: química e processos de transformação.
– John Biggs – DOW.

– Paulo Coutinho – Braskem  |  Título: Roadmap BRASKEM de químicos a partir de matérias primas renováveis.
– Marco Carmini – Croda Inc. (Título a ser definido).
12h30 – 14h00 Almoço
14h00 – 16h00 Sessão técnica: Tecnologias baseadas em bioprocessos 
– José Gregório Cabrera Gomes  – Instituto de Ciências Biomédicas/USP  |  Título: “Biologia de sistemas e o desenvolvimento de plataformas bacterianas para bioprodutos”.
– Isabel Rocha – Instituto de Biotecnologia e Bioengenharia (IBB), Universidade do Minho, Portugal  |  Título: “Melhoramento das predições in sílico para assistência ao desenvolvimento de estratégias de engenharia metabólica”.
(Palestrantes a serem definidos)
14h00 – 16h00 Sessão paralela: Apresentação oral dos trabalhos de pós-graduação selecionados pelo Comitê Avaliador
16h00 – 17h00 Coffee break e sessão de pôsteres
17h00 – 17h30 Prêmio Professor Arikerne Sucupira de melhor trabalho apresentado por aluno de pós-graduação no V Encontro da Escola Brasileira de Química Verde
17h30 – 18h00 Encerramento