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Boechat, comente as “reportagens” de Valteno de Oliveira no Jornal da Band

Depois de externar uma crítica contundente ao pastor Silas Malafaia, falta ao jornalista Ricardo Boechat uma palavras sobre as reportagens deturpadas de Valteno de Oliveira, repórter da Band.

Valteno é uma espécie de menino de ouro da Band, operário padrão, funcionário do ano.

Ele faz em reportagens o que deveria ser dito em editorial pela empresa. Todos sabemos da ligação da Band com a defesa dos ruralistas e com a propriedade de imóveis em São Paulo. Aliás, o prefeito Fernando Haddad que o diga.

Mas Valteno, operário padrão, faz editorial em forma de reportagem. Daí virou um especialista em reporcagens atrás de reporcagens.

Nas últimas, após o assassinato do índio Simeão Vilhalva, no município de Antonio João, em Mato Grosso do Sul, o menino de ouro da Band foi escalado. Ele conseguiu fazer uma reporcagem em que os assassinos se tornam vítimas. Sim! Nas entrelinhas, a reportagem-editorial de Valteno diz que “o índio malvado entrou na frente da bala, que custou alguns tostões ao fazendeiro”.

Sim, esse Valteno e fantástico. Nenhuma palavra sobre o grupo paramilitar denunciado várias vezes pelo Cimi (Conselho Missionário Indigenista), e que está sendo investigado em inquérito policial, nenhuma palavra sobre o tom autoritário e ameaçador de ruralistas no encontro com o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso.

Não, Valteno escolhe a dedo seus entrevistados. Após o assassinato de Simeão Vilhalva, Valteno não se interessa em explicar o assassinato, revelar o assassino. Pelo contrário, ele foi em busca de um índio de arco e flecha para mostrar o perigo para os fazendeiros. Só faltou dizer que Simeão Vilhalva merecia ser morto porque “invadiu a fazenda”.

Nenhuma palavra para explicar a ação de Gilmar Mendes e o processo bloqueado de demarcação das terras indígenas. Valteno é fantástico. Os descendentes dos índios brasileiros “são invasores”. Boechat, Valteno te deixa sem palavras.

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