Sebastian Gadea CCA Unicamp realizará um evento sobre a maconha nos dias 11 e 12 de junho. Denominado Visões Interdisciplinares da Maconha: Evidências, Valores e Fantasias, o evento tem como objetivo abrir as discussões da da universidade para toda a sociedade, destacando tópicos como a Cannabis sativa na história, as consequências do uso abusivo, o controle calcado no modelo proibicionista e os novos caminhos para as políticas públicas dessa substância psicoativa.

O evento na Unicamp acontece frente às recentes transformações nas políticas sobre drogas de alguns países. A legalização do consumo, produção e venda dessa planta psicoativa no Uruguai e em algumas regiões dos Estados Unidos, a realização de audiências públicas no Senado brasileiro e a liberação do uso medicinal do canabidiol (um dos princípios ativos da maconha) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são assuntos presentes na sociedade.

O Brasil integra o grupo de países que assinaram a Convenção Única sobre Entorpecentes, estabelecida pela ONU em 1961, na qual a maconha é uma das várias drogas proibidas. Apesar do esforço internacional em reprimir o cultivo, a produção, a comercialização e o uso – e, em última instância, a erradicação das plantas produtoras –, a maconha é a substância ilícita mais utilizada no mundo. O Uruguai se tornou, em 2014, o primeiro país a legalizar a produção, distribuição, venda e consumo da maconha, experiência que será retratada no Fórum.

Segundo o Relatório Mundial sobre Drogas de 2014, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, estima-se que 177,6 milhões de pessoas consumiram maconha em 2012, ou seja, 3,8% da população mundial. Apesar dos comprovados benefícios terapêuticos proporcionados pela maconha, encontrar formas de controlar o uso parece ser particularmente importante no caso de populações jovens.

Embora alguns estudos sejam alvo de questionamentos pela dificuldade de separação entre causas e efeitos, há evidências suficientes para se afirmar que o consumo por menores de 21 anos, especialmente em grandes quantidades, deva ser desencorajado. Esse uso pode estar relacionado a riscos aumentados de psicose, efeitos negativos na cognição e maior probabilidade de dependência.

Organizado pelo Fórum Pensamento Estratégico (PENSES), com apoio da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (LEIPSI) e da Casa do Lago, o debate reunirá especialistas no campo da psiquiatria, do direito, da antropologia, da história, da toxicologia, das neurociências e da política. (Com informações de divulgação)

Evento: Fórum Visões Interdisciplinares da Maconha: Evidências, Valores e Fantasias
Dias: 11 e 12 de junho de 2015
Horário: 9h às 19h
Local: Auditório do Centro de Convenções/Universidade Estadual de Campinas
Endereço: Rua Elis Regina, 139, Cidade Universitária, Campinas (SP)
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