11390195_949966495066107_6229064595226329242_nA programação de cinema gratuita do Museu da Imagem e do Som (MIS), de Campinas, terá diversas exibições no próximo final de semana.

Na sexta-feira, 5, às 19h, o ciclo Máfia no Cinema, com curadoria de Gustavo Sousa, exibirá o clássico “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Copolla. Apesar da violência, O Poderoso Chefão é primeiramente um filme sobre o poder da lealdade e do amor na família Corleone e na comunidade em que eles vivem. A história se inicia com o casamento de Connie (Talia Share), a filha de Don Corleone (Marlon Brando). Como um senhor feudal, ele recebe os cumprimentos e promessas de lealdade da família e de clientes. Os outros filhos de Corleone estão presentes: o sangue-quente Sony (James Caan), o mais velho que irá substitui-lo, e Fredo (John Cazale), que não se adequa aos negócios da família. O preferido de Corleone é o filho mais novo, Michael (Al Pacino), que voltou como herói da II Guerra Mundial e não tem nenhum envolvimento com a máfia. Porém, devido à incapacidade do pai, se vê forçado a assumir a liderança da família, contrariando o que Corleone queria para seu futuro. (EUA, 1971. Colorido, 177 min).

No sábado, 6, serão três sessões de cinema. Duas delas acontecem às 16h e uma às 19h30. Em uma das sessões das 16h, será exibido dentro da programação do ciclo Cinema e Literatura, que tem curadoria do jornalista e crítico de cinema Ricardo Pereira, o filme “Lição de Amor”, de Eduardo Escorel, baseado no romance “Amar, Verbo Intransitivo”, de Mário de Andrade.

Mário de Andrade causou escândalo na década de 1920 ao publicar “Amar, verbo intransitivo”. O livro conta a história de Elsa, uma governanta alemã contratada por um membro da burguesia industrial paulistana para iniciar sexualmente seu filho adolescente. A partir do momento em que entra na casa dos Souza Costa, Fräulein, como todos a chamavam, conquista rapidamente a família, mas não se acostuma com a cultura dos novos-ricos brasileiros. A protagonista do romance é um ser humano dividido entre a razão e a emoção. O lado racional da governanta busca justificativas para a profissão de professora de amor, mas é o lado emocional que a faz se entregar à tarefa: ela alimenta a esperança de voltar para a Alemanha que abandonara depois da Primeira Guerra Mundial e se casar com o homem dos seus sonhos. Classificado pelo autor como “idílio”, texto leve sobre o amor, o livro fala da iniciação sexual de um adolescente com ironia, numa narrativa experimental para a época. As cenas são separadas graficamente, como cortes cinematográficos. O narrador, que funciona como um alter ego do autor, utiliza metáforas musicais, discorre sobre teorias literárias, faz crítica de arte, numa linguagem que Mário chama de “brasileira”: coloquial, repleta de palavras e expressões do cotidiano.

O filme “Lição de Amor” recebeu diversos prêmios importantes no Festival de Gramado, em 1976, nas categorias de melhor atriz (Lilian Lemmertz), melhor trilha sonora (Francis Hime), melhor direção e filme. O roteiro do filme, de Eduardo Escorel e Eduardo Coutinho, é muito próximo à narrativa de “Amar, Verbo Intransitivo”. Em São Paulo, na década de 20, uma governanta alemã (Lílian Lemmertz) é contratada por uma rica família. Sua tarefa não se limita a dar aulas aos filhos do casal mas também consiste em dar uma “boa” educação sexual ao filho mais velho, não permitindo que o jovem seja afetado pela permissividade do mundo que o cerca. Direção de Eduardo Escorel. Com Lilian Lemmertz, Rogério Fróes, Irene Ravache e Marcos Taquechel. (Brasil, 1975. Colorido, 85 min).

Também às 16h, será exibido o filme “A Estrada da Vida”, de Federico Fellini, como parte do ciclo Sensibilidade através do cinema italiano, de Eugênio Mattioli. Um dos grandes clássicos de Fellini, o filme narra a história de Gelsomina (Giulietta Masina), uma jovem pura e ingênua, e Zampanò (Anthony Quinn), um artista de rua itinerante, que seguem em turnê pela Itália, percorrendo na estrada uma série de encontros, personagens e dramas que gradualmente delineiam a sensível estética produzida pelo diretor. Primeiro vencedor da categoria “melhor filme estrangeiro” no Oscar (1954). Leão de Prata no Festival de Veneza em 1954. (Itália, 1954, 108 min).

Encerrando as exibições do final de semana, às 19h30, o público poderá assistir ao filme “Fruitvale Station: a última parada”, de Ryan Coogler, como parte do ciclo O Cinema do Nosso Tempo, que tem curadoria de Gustavo Sousa e Ricardo Pereira.  A trama conta a história real de Oscar Grant, um rapaz de 22 anos que saiu da cadeia e tenta reconstruir sua vida. Numa trágica noite de ano novo, se envolve em uma confusão na estação de trem que leva o nome do longa em São Francisco, nos EUA. A tragédia em decorrência da violência de policiais já é conhecida e o longa tenta retratar as horas antes do ocorrido numa trama que denuncia a falta de preparo da polícia e o racismo forte que insiste em existir nos Estados Unidos – e no mundo todo. (EUA, 2013. Colorido, 85 min).

Todas as exibições são seguidas de debate. Mais informações sobre o circuito de cinema do Museu AQUI. (Carta Campinas com informações de divulgação)