auditoria da deudaCom a ajuda da brasileira Maria Lúcia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil, o governo de Rafael Correa, no Equador, conseguiu reduzir em 70% a dívida pública do país apenas fazendo uma auditoria e constatando a corrupção de bancos e grandes empresas.

“Estamos diante de um monstro. A dívida pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado”, afirma Maria Lúcia, que agora foi convidada pelo Syriza, partido que venceu as eleições na Grécia para ajudar na auditoria. No Brasil, bancos e grandes empresas abocanham quase 50% de tudo que o Brasil arrecada em impostos por meio da dívida pública.

Veja o relato de Maria Lúcia sobre o Equador. “Lá no Equador, quando estávamos na reta final e vários relatórios preliminares já tinham sido divulgados, eles sabiam que tínhamos descoberto o mecanismo de geração de dívida, várias fraudes. Eles fizeram uma proposta para o governo de renegociação. Só que o Rafael Correa [atual presidente do Equador] não queria negociar. Ele queria recomprar e botar um ponto final. Porque quando você negocia, você dá uma vida nova para a dívida. Você dá uma repaginada na dívida. Ele não queria isso. Ele queria que o governo dele fosse um governo que marcasse a história do Equador. Ele sabia que, se aceitasse, ficaria subjugado à dívida. Ele foi até o fim, fez uma proposta e o que os bancos fizeram? 95% dos detentores dos títulos entregaram. Aceitaram a oferta de recompra de no máximo 30% e o Equador eliminou 70% de sua dívida externa em títulos. No Brasil, durante os dez meses da CPI da Dívida, a Selic não subiu. Foi incrível esse movimento. Nós estamos diante de um monstro mundial que controla o poder financeiro e o poder político com esquemas fraudulentos. É muito grave isso. Eu diria que é um mega esquema de corrupção institucionalizado.” (Entrevista completa)