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Querido Manoel de Barros

A notícia de tua morte chegou pela internet

Tão avesso caminho

Trouxe silêncio

A lágrima mesma só chegou quando retomei a leitura de um seu poema

“Sou leso em tratagens com máquina.

Tenho desapetite para inventar coisas prestáveis.”

Os compromissos do dia dizem-me que a vida segue

Eu digo que ela segue menos bonita

Sem as tuas pequenezas que brilham

Qual vagalumes na garrafa do menino encardido

A tua poesia continuará por aqui

Como alento aos que teimam em não crescer de vez

Mas tua presença, poética a sua maneira, fará muita falta

Descanse em paz, Manoel de Barros

Nossa palavra é de gratidão pelas memórias deflagradas

Por suas meninices inventadas.

(Por Welington Silva Fernandes, Campinas/SP)