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Jornalistas de Campinas promovem debate sobre assédio moral na profissão

O doutor em Psicologia e professor da Unicamp, José Roberto Heloani, que pesquisa sobre a saúde dos jornalistas desde 2003, afirma que o assédio moral, associado à crescente precarização das condições de trabalho e à frustração, tem causado sérios problemas de saúde aos jornalistas.

Precarização e assédio

Em 2012, Heloani ouviu mais de 250 profissionais e concluiu pelo agravamento da situação. Aumentou a incidência de depressão, infidelidade conjugal, uso de drogas e o fenômeno que ele chama de “naturalização do assédio”.

O pesquisador constatou, ainda, que os casos de assédio aumentaram, mas o número de jornalistas que recorrem à Justiça diminuiu. “Hoje, no País, há cerca de seis grandes grupos de comunicação. Ou seja, o jornalista precisa ter muita coragem pra fazer uma denúncia formal de assédio se quiser permanecer no mercado”, explicou Heloani ao Portal Imprensa (11/03/2013).

Diante desse quadro, jornalistas de Campinas promovem o debate “Assédio Contra Jornalistas no Trabalho: Violência moral também pode matar!”, em Campinas, no dia 11 de setembro (quinta-feira), das 19h às 22h, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região (Rua Dr. Quirino, 560, Centro de Campinas). O evento (gratuito) é destinado prioritariamente a jornalistas e estudantes de Jornalismo, mas aberto a outros públicos interessados pelo tema.

Entre os debatedores já confirmados estão Alexandre Mandl, Irineu Ramos Júnior e Renata Bersan, advogados trabalhistas com experiência em assédio moral e pesquisadores do tema, e jornalistas que vivenciaram essa experiência em ambientes de trabalho, como Amanda Cotrim (mestranda na Unicamp) e Nelson Lin (do Coletivo Sindicato é para Lutar-SPL-SP). O debate será mediado pela jornalista Michele da Costa, integrante do Coletivo de jornalistas paulistas (do estado de SP) Sindicato é Pra Lutar, que organiza o evento.

O objetivo do debate é colaborar com a conscientização dos jornalistas sobre o assédio moral, reforçar a importância da participação sindical para fortalecer a categoria e, consequentemente, melhorar as condições de trabalho, combatendo males como este.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) define o assédio moral como uma violência moral cometida contra o trabalhador: “Exposição de trabalhadores a situações vexatórias, constrangedoras e humilhantes durante o exercício de sua função, com objetivo de humilhar, desqualificar e desestabilizar emocionalmente a relação da vítima com a organização e o ambiente de trabalho, o que põe em risco a saúde, a vida da vítima e seu emprego” (Cartilha ‘Assédio Moral e Sexual no Trabalho’, do Ministério do Trabalho e Emprego, 2010, pág.13). (Carta Campinas com informações de divulgação)

 

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