A crise de hipotecas (garantias) de imóveis dos Estados Unidos em 2008, e que se alastrou pela Europa, tem afetado praticamente todo o mundo desde aquele período. Na raiz desse problema está a independência de Bancos Centrais como o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) e o Banco Central Europeu (BCE).

Banco Central
Banco Central

Sem rigor e com regras definidas pelos próprios banqueiros, a promiscuidade financeira tomou conta dos papéis das dívidas dos compradores de imóveis. Essas dívidas foram revendidas e revendidas, criando uma cadeia de prejuízo. Ao final, os altos executivos dos bancos, culpados pela crise, receberam bonificações. Não seria diferente quando não tem pelo meno um mínimo de controle da sociedade.

Independentes, os Bancos Centrais em pouco tempo começam a farra financeira, como aconteceu com a crise de hipotecas americanas. A independência do Banco Central se torna incapaz de controlar o apetite de altos executivos, de fundos abutres e outros atores do mercado financeiro. Sempre tem um que quer ganhar mais e cria um novo mercado, por exemplo revendendo dívidas, desregulando, diminuindo controles etc etc.  Além disso, os balanços dos bancos ficam cada vez mais imprecisos e falsos, como já aconteceu.

O pior de tudo isso é que o Banco Central independente é a negação da autonomia da população para exercer a democracia. Ou seja, o eleitor elege um presidente, mas ele fica submetido aos interesses do chamado mercado financeiros que se apossa do controle do Banco Central. Em resumo, independência do Banco Central é um verdadeiro golpe na democracia e no valor do voto do cidadão.