Pinheirinho“É a economia, estúpido”, escreveu o assessor de Bill Clinton, James Carville, que mirou no ponto certo e deu a vitória para o candidato democrata em 1992. Mas no Brasil não achamos o ponto certo para combatera a violência e a criminalidade. O remédio conservador, aplicado na democracia brasileira, não tem dado resultado. 

A Polícia Militar matou 100% a mais no primeiro semestre, o Ministério Público move ação por lotação na Fundação Casa e as taxas de criminalidade se mantém altas em São Paulo. Alguma coisa está errada?

Estamos matando e prendendo, mas o problema continua. Pela lógica conservadora, deveria melhorar, pelo menos um pouco. Afinal,”bandido bom é bandido morto”. É possível que a PM esteja matando inocentes pobres e aí não resolve mesmo. Mas mesmo que acreditemos que ela mate assaltantes, criminosos, etc. ainda assim nem uma pequena melhora. Por quê?

É a desigualdade estúpido!

A lógica do conservadorismo não fecha. E mem uma lógica simples de igualdade, não é a igualdade pelo consumismo. Também não é apenas a desigualdade econômica, a desigualdade de condições dignas de moradia, educação, saúde, transporte e cultura. Não é, com certeza, a desigualdade dos iphones.
É uma desigualdade entranhada numa concepção de mundo, nos medos, angústias e no pavor que o enriquecimento financeiro aloja nas estruturas cerebrais. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, recentemente, disse que a elite paulistana quer uma revolução sem mudar nada. É essa entranha imperceptível. Todos são a favor de transformar sem mudar nada. Essa talvez seja a conservação mais profunda da desigualdade. A que não se pode ver.

Mas nada nos impede de tentar um gesto livre, como algo vital e necessário, como esse trecho de Nuno Ramos de Almeida, no Outras Palavras.net

“Quando a sombra frágil que está ligada à máquina falhar terá ficado nos seus a urgência em que na vida curta tudo vale a pena. As paixões como as revoluções são tentativas de rompermos as leis que nos condenam à mediocridade e à servidão. No fim estaremos todos mortos, o que conta é termos sidos capazes de um gesto livre.”